Não faz sentido comparar a situação da Ucrânia com a de Taiwan, porque a ilha sempre fez parte da China e é um assunto inteiramente interno do país, disse nesta segunda-feira (7) o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, em resposta aos temores de um avanço militar de Pequim em meio à guerra empenhada pela Rússia.
O chanceler também afirmou que chineses e russos têm “amizade sólida como uma rocha”.
Tanto Pequim quanto Taipé concordam que as situações dos dois países são diferentes, mas por razões diversas.
A China diz que Taiwan nunca foi um país independente e que é uma província rebelde. Já Taiwan, que na prática é governada de forma independente e democrática, diz que a comparação é inadequada porque o país é geopoliticamente mais importante, tem uma produção de chips fundamental para a indústria global e não faz fronteira terrestre com a China.
“Vimos que algumas pessoas enfatizam o princípio da soberania na questão da Ucrânia, mas continuam a minar a soberania e integridade territorial da China na questão de Taiwan”, disse Wang Yi nesta segunda. O argumento é que a guerra na Ucrânia é uma disputa entre dois países, e a questão de Taiwan é um problema doméstico.
A China não reconhece nenhuma reivindicação de soberania do governo de Taiwan, que por sua vez diz que o Partido Comunista Chinês nunca governou a ilha e que apenas os taiwaneses podem escolher seu futuro.
O chanceler afirmou ainda que a China está disposta a participar de processos de mediação de paz na Ucrânia, mas destacou que as relações permanecem fortes. “A amizade entre os dois povos é sólida como uma rocha e os projetos de cooperação entre as partes são imensos”, disse Wang, que afirmou que os dois países “contribuem” para a paz e estabilidade do mundo.
No mês passado, Putin já havia dito que China e Rússia são “um exemplo de relação digna, onde os dois países se ajudam e se apoiam mutuamente”.