A economia brasileira voltou aos níveis pré-pandemia, depois de crescer 4,6% em 2021. O desempenho desde o início da crise sanitária mostra, no entanto, um país que praticamente não saiu do lugar e continua crescendo abaixo da média mundial.
O PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, está 0,5% acima do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas continua 2,8% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014, segundo o IBGE.
A expectativa para 2022 é de um resultado para o PIB próximo de zero, cenário que pode se agravar com os impactos econômicos da Guerra na Ucrânia e com questões eleitorais no segundo semestre.
A maioria dos analistas avalia que o país está em uma situação de estagnação, depois do período de recessão verificado de 2014 a 2016 e de baixo crescimento em 2017 a 2019.
A queda do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo e terceiro trimestres do ano passado levantou também a discussão sobre recessão.
Não há uma definição oficial sobre o que caracteriza uma recessão. Embora alguns economistas utilizem a métrica de que esse é o período marcado por dois trimestres seguidos de queda na atividade, a maior parte dos institutos considera uma análise mais ampla de dados.
O termo “recessão técnica”, por exemplo, é considerado tecnicamente equivocado por muitos economistas.
No Brasil, destaca-se a análise feita pelo Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), órgão ligado ao Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e formado por oito economistas de diversas instituições.
Para o comitê, o declínio na atividade econômica de forma disseminada entre diferentes setores econômicos é denominado recessão. Em junho de 2020, o Codace definiu que o Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre daquele ano, encerrando um ciclo de fraco crescimento de três anos (2017-2019).
Não houve novo comunicado sobre a questão depois disso, pois o Codace ainda não encontrou dados que mostrem claramente se a recessão acabou ou não.
O IBGE, assim como diversos institutos estatísticos internacionais, também não utiliza o termo recessão técnica e evita chamar variações de -0,5% a +0,5% do PIB de queda ou crescimento. Para a instituição, dados dessa magnitude estão mais próximos de uma estabilidade.
Para 2022, as projeções de mercado são de um crescimento de 0,3%, em um ambiente de inflação ainda acima da meta e de juros elevados.
Reportagem da Folha de S.Paulo de dezembro mostrou que a economia brasileira deve completar pelo menos 16 anos de crescimento abaixo da média mundial, período que teve início no governo Dilma Rousseff, em 2011, e pode se estender até o final do próximo mandato presidencial, em 2026.