O setor de fertilizantes nacional possui estoques do insumo que devem durar durante os próximos três meses, divulgou a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) nesta quinta-feira (3).
O material tem sido motivo de preocupação do mercado, uma vez que o país importa 85% dos fertilizantes, sendo 23% vindo da Rússia, cuja deslocação encontra-se ameaçada com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. A apreensão já havia sido antecipada pelo advogado especializado em Direito Econômico Internacional, Emanuel Pessoa, em entrevista à BP Money e comprovada com a intensificação da guerra.
“A entidade esclarece que o Brasil possui atualmente estoque de fertilizantes para os próximos três meses, de acordo com dados de agentes de mercado”.
O poderoso agronegócio brasileiro depende de fertilizantes da Rússia e Bielorrússia, o primeiro responde por 25% das importações do insumo; o segundo, 5%. Ambos países são aliados na guerra contra a Ucrânia e maior fornecedor em conjunto do produto ao Brasil.
Segundo nota da associação, que reúne entidades e empresas do ramo, o estoque atual é maior que a média dos anos anteriores. Para eles, ainda seria prematuro avaliar os impactos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia sobre o agronegócio brasileiro. Um quarto dos insumos para fertilizantes usados no país é importado do leste europeu, principalmente de Belarus e da própria Rússia.
“A Associação Nacional para Difusão de Adubos lamenta o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e reforça que é prematuro avaliar em profundidade os possíveis impactos ao agronegócio brasileiro”, declarou a Anda, em nota.
As sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia sobre a Rússia e Belarus atingem a produção de potássio, matéria-prima para a maior parte dos fertilizantes. Atualmente, o Brasil é o quarto consumidor global de fertilizantes, com mais de 80% de todo o produto usado na produção agrícola nacional vêm de fora do país.