Rio Bravo: ‘’mercados domésticos correm risco de pré-eleição’’ 

A Rio Bravo alerta que o cenário para a economia neste ano se mantém “ruim”, com a inflação corroendo a renda e contendo a demanda  

O começo de ano foi positivo para os ativos locais, no entanto, o mercado brasileiro ainda pode passar pela volatilidade nos próximos meses à medida que a eleição presidencial se aproxima, avaliou a gestora Rio Bravo. 

Em relatório de cenários, onde mostrou receios do lado fiscal, a gestora falou sobre ideias para controlar os preços de combustíveis que podem aumentar riscos fiscais, o período da campanha também pode elevar as incertezas. 

“Embora não acreditemos que uma mudança drástica no arcabouço fiscal deva ocorrer no início do mandato de nenhum dos candidatos, o tema muito provavelmente aparecerá durante a campanha. Sendo assim, comentários menos fiscalmente responsáveis poderão elevar o risco e estressar os mercados”, explicou a Rio Bravo no documento. 

O quadro dos mercados neste começo de 2022 mostra o real com o melhor desempenho no mundo e o Ibovespa (IBOV) como destaque entre seus pares. 

Apesar disso, a gestora alerta que o cenário para a economia neste ano se mantém “ruim”, com a inflação destruindo a renda e paralisando a demanda, num contexto de restrições na cadeia de produção como questão ainda relevante. 

“Mesmo saindo dos holofotes nos últimos tempos, os gargalos permanecem. A política monetária com suas tradicionais defasagens deve começar a ter um efeito mais sensível em deprimir o crescimento econômico”, disse a casa, que estima juro de 12,25% ao fim do ciclo de aperto monetário. 

Segundo a gestora, os efeitos potenciais de tensões entre Rússia e Otan também são examinados. A Rio Branco ressaltou que ‘’o prenúncio de uma guerra tem potencial para impulsionar um movimento de aversão ao risco global, provocando uma fuga de capitais investidos no país, desvalorizando a moeda e aumentando os prêmios de risco necessários para atrair investidores”.