IPCA-15 tem alta de 0,99%, maior taxa para o mês desde 2016

No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 tem alta de 10,76%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (23) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,99% em fevereiro, atingindo a maior taxa para um mês de fevereiro desde 2016, quando ficou em 1,42%, segundo o instituto.

Os números vem após a prévia da inflação oficial do país ter registrado taxa de 0,58% em janeiro. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 tem alta de 10,76%, acima dos 10,20% dos 12 meses anteriores. No acumulado do ano, a alta é de 1,58%.

De acordo com as projeções de analistas a inflação deve se conservar no patamar acima dos 10% por mais alguns meses ainda. Apesar da queda do dólar nas últimas semanas, os preços mais altos das commodities, sobretudo do petróleo, pressionam para um quadro inflacionário ainda pouco confortável. Assim como pontuou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto avaliou nesta segunda-feira (21) ao constatar que a inflação foi puxada pela alta de combustíveis e energia. Durante palestra sobre cenário econômico promovida pelo Canal Agro+, o chefe da autarquia monetária brasileira confessou que o movimento de aperto econômico iniciado em 2021, junto a expectativa de menor crescimento econômico, vai fazer com que o Brasil entre em uma “trajetória fiscal pior”.

A previsão do mercado, por sua vez, para a inflação fechada de 2022 está em 5,56%. Com isso, a expectativa é de estouro do teto do sistema de metas pelo segundo ano seguido. A meta central para o IPCA deste ano é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.

No caso do IPCA, além de uma revisão mais abrangente dos preços dos alimentos no domicílio e dos bens livres, com previsões que avançaram de 4,5% e 3,7% para 6,1% e 5%, respectivamente, a alta estimada para os preços monitorados passou de 5,4% para 6%.

No caso dos serviços livres e da educação, foram mantidas as estimativas de 5,2% e 7,9%, tendo em vista que seguem vigentes as condições utilizadas para a projeção anterior, ou seja, crescimento econômico moderado e recuperação gradual do mercado de trabalho, o que deve impedir uma retomada mais forte da demanda interna, na avaliação do Ipea.