G20 deve alertar sobre impactos de apertos monetários nesta semana

O encontro, marcado para quinta-feira (17) e sexta-feira (18), ainda deve pontuar que os bancos centrais precisam ser mais claros para evitar confusão

Os líderes financeiros das 20 maiores economias do mundo irão se reunir nesta semana para discutir alguns assuntos importantes para o desenvolvimento de mercados emergentes, como o aperto monetário nos Estrados Unidos e na Europa, além de pontuarem que os bancos centrais precisam ser mais claros em sua comunicação para evitar confusão.

O encontro, que está marcado para acontecer em Jacarta na quinta-feira (17) e sexta-feira (18), contará com Ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20. Os tópicos priorizados para o debate incluem o imposto corporativo global, divergências globais na recuperação pós-pandemia e o financiamento da luta contra a mudança climática.

“Acho que a discussão mais importante será sobre a inflação“, disse uma autoridade europeia presente nos preparativos para reunião.

Em relação a mensagem que o G20 quer passar com o encontro, ele afirmou que “a fórmula que será definida é de que os bancos centrais em países avançados estão cientes dos potenciais impactos nos mercados emergentes e países em desenvolvimento, e que eles terão políticas e comunicação bem calibradas sobre isso.”

“E ao mesmo tempo acho que os mercados emergentes dirão que estão trabalhando para aumentar sua resiliência dos mercados financeiros”, concluiu a autoridade.

O mercado segue atento aos próximos passos do Federal Reserve (banco central dos EUA) e do Banco Central Europeu (BCE), os quais sinalizaram uma política monetária mais dura devido a alta da inflação, vista em máximas de várias décadas no território norte-americano e em um nível recorde nos 19 países que usam o euro. Para conter o avanço, as instituições devem reduzir o volume de compras de títulos e de aumentos de juros.

Por mais que o movimento ajude as grandes potências, isso pode gerar um problema para mercados emergentes como Brasil, África do Sul ou Rússia devido a provável saída de capital. Caso isso seja concretizado, os países terão suas moedas depreciadas, juros mais altos e uma recuperação mais difícil, alertou o Fundo Monetário Internacional.