Indie Capital diz que 2022 será de 'bastante volatilidade'

"Mesmo em cenário desafiador acreditamos que conseguiremos trazer retorno satisfatório para os nossos clientes."

O ano de 2022 promete ser desafiador para a economia brasileira. A sucessão de dois anos seguidos de engasgos na economia, decorrente da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, cria a expectativa para que a continuação desta temporada de recessão financeira nacional seja, enfim, interrompida e que haja uma contínua recuperação com a retomada das atividades. É o que espera Marcelo Bronze, RI da Indie Capital.

“Sem dúvida alguma, este é um ano de bastante volatilidade. Temos algumas incertezas, não só relacionadas ao ano da eleição, mas também a forma que a economia vai se comportar nesse retorno. Esperamos alcançar o fim da pandemia, que não seja mais necessário o lockdown [confinamento] e a retomada na economia, que esteve parada no período dos últimos dois anos e acabou gerando uma inflação muito forte por pressão na parte de alguns insumos”, afirma Marcelo Bronze em entrevista à BP Money.

Após o tombo registrado em 2020, a economia brasileira voltou a crescer, ao passo que a recuperação, no entanto, foi desigual e incompleta, com apenas parte dos setores retomando o patamar pré-pandemia. Das cinco grandes atividades do setor de serviços monitoradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), duas não conseguiram retomar no final de 2021 o patamar estabelecido antes da pandemia. Os segmentos mais prejudicados pela pandemia são os de serviços prestados às famílias, principalmente restaurantes e hotéis.

“Alguns setores sofreram bastante no ano passado e não conseguiram repassar os custos que foram gerados por esse aumento para o consumidor final. No entanto, temos uma casa que investe muito mais com foco no micro das companhias”, avalia o sócio responsável pela área de Relação com Investidores da Indie Capital.

Bronze destaca que o retorno esperado do portfólio da Indie Capital, no momento, é um dos mais elevados da gestora, desde o início de sua estratégia, que completará 10 anos em 2022. “Acreditamos que estamos bem posicionados em empresas que possuem vantagens competitivas e que vão conseguir passar por esse momento desafiador, provavelmente até mais fortalecidas, com maiores oportunidades de consolidação no patamar de valor das empresas, de valuation atuais. Enxerga uma margem de segurança muito maior e, por isso, acreditamos que faz sentido investir em renda variável”.

A indie capital reportou nesta terça-feira (8) a performance do Indie FIC FIA, que acumulou uma alta de 3,96% durante o primeiro mês deste ano, frente ao CDI de + 0,73%, enquanto o Ibovespa e IBX-100 registravam 6,98% e 6,87, respectivamente. O destaque da carteira neste período foi para o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI) e o BTG Pactual. Enquanto que o realce negativo ficou para Kora Saúde e Eneva. Sobre isso, o especialista conclui afirmando “mesmo vendo um cenário desafiador para esse ano, acreditamos que nas janelas de dois anos conseguiremos trazer retorno satisfatório para os nossos clientes”.