A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou para 0,54% em janeiro de 2022 ante a alta de 0,73% em dezembro. O dado é o maior para o mês desde 2016, quando registrou elevação de 1,27%.As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi puxado pelo setor de alimentação e bebidas (1,1%), com impacto de 0,23 ponto percentual (p.p) no indicador, sendo o maior de janeiro. “Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos nesse grupo, 0,04 p.p e 0,03 p.p, respectivamente”, explica André Filipe Almeida, analista da pesquisa.
Também vale destacar que os preços do café moído registraram sua 11ª alta consecutiva, acumulando avanço de 56,87% nos últimos 12 meses, já em janeiro a elevação foi de 4,75%.
Além disso, outros componentes subiram, entre os principais estão: a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%), tomate (6,21%) e a cenoura (27,64%). Por outro lado, outros componentes estão: frango inteiro (-0,85%), frango em pedaços (-0,71%) e arroz (-2,66%).
A desaceleração de janeiro também foi influenciada pelos transportes, o grupo com o maior peso no IPCA, que caiu 0,11%, após ter elevação de 0,58% em dezembro. Esse foi o único dos nove grupos de serviços e produtos pesquisados a sofrer queda no mês.
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O recuo se deu, especialmente, pela retração dos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%). Além disso, a gasolina também caiu (-1,14%), bem como os preços do etanol (-2,84%) e do gás veicular (-0,86%). O óleo diesel foi o único que subiu em janeiro, com elevação de 2,38%.
“A queda nas passagens aéreas pode ser explicada pelo componente sazonal” explica André Filipe Almeida. “Em relação aos combustíveis, os reajustes negativos aplicados nas refinarias pela Petrobras, em dezembro, ajudam a entender o recuo nos preços em janeiro”, acrescenta Filipe.
Em habitação houve uma desaceleração de 0,16% contra a elevação de 0,74% no mês anterior, que foi puxada, especialmente, pela energia elétrica, que registrou queda de 1,07%. Além disso, os preços do gás de botijão caíram 0,73%, a primeira queda após 19 meses de altas consecutivas.
INPC de janeiro ficou em 0,67%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou avanço de 0,67% em janeiro de 2022, ficando abaixo do resultado de dezembro (0,73%). O indicador acumula uma variação positiva de 1,60% nos últimos 12 meses, superior aos 10,16% observados nos 12 meses anteriores. Em janeiro de 2021, a taxa ficou em 0,27%.
Os produtos alimentícios apresentaram alta de 0,76% em dezembro para 1,08% em janeiro. Já os não alimentícios aumentaram 0,54% em janeiro ante a elevação de 0,72% em dezembro.
