O Ibovespa encerrou a semana com ganhos de 0,29%, graças ao forte apoio de capital estrangeiro. O principal benchmark brasileiro passou por sessões de muita volatilidade ao longo dos últimos dias, visto que pautas importantes estavam sendo divulgadas por instituições financeiras (tanto no Brasil, como no exterior) enquanto empresas começavam a reportar seus resultados do quarto trimestre de 2021.
Já o dólar fechou com o menor valor desde 16 de setembro do ano passado na última terça-feira (1º) e acumulou perdas de 1,27% na semana.
Confira abaixo o resumo semanal desta semana:
Segunda
O Ibovespa registrou ganhos no fechamento da sessão da segunda-feira (31), em pregão de forte volatilidade. Os investidores repercutiam os dados do Caged e as novas projeções para a economia. Apesar das duas companhias com maior peso na carteira, Vale e Petrobras, terem encerrado em queda, não foi o suficiente para levar o benchmark ao terreno negativo, que se sustentou com as altas dos setores de tecnologia e de varejo.
Em Boletim Focus, o mercado financeiro aumentou as projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022 de 5,15% para 5,38%. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento da economia melhoraram de 0,29% para 0,30%. As projeções para a taxa Selic foram mantidas em 11,75%.
Nos Estados Unidos, as atenções seguiam voltadas para as tensões entre Rússia e Ucrânia. O Senado dos EUA está supostamente perto de preparar sanções que restringiriam ainda mais o acesso dos bancos russos aos mercados internacionais e limitariam a capacidade da Rússia de tomar empréstimos em dólares.
As bolsas norte-americanas encerraram majoritariamente em alta.
Na Europa, a zona do euro apresentou uma desaceleração em seu crescimento econômico no quarto trimestre de 2021. O PIB do Velho Continente avançou 0,3% no período, em linha com o esperado, e apresentou ganhos de 4,6% na comparação anual.
O principal índice da B3 avançou 0,21% na sessão, aos 112.143 pontos. O volume negociado atingiu R$ 29 bilhões. Já o dólar encerrou com queda de 1,56%, a R$ 5,305 na compra e R$5,306 na venda.
Terça
O Ibovespa encerrou em alta na terça-feira (1º) e alcançou sua maior pontuação em mais de três meses, ultrapassando o patamar dos 113 mil pontos pela primeira vez desde outubro do ano passado. Os investidores seguiam atentos a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros (Selic). As discussões foram iniciadas na data e terminaram na quarta (2).
Em relação ao dólar, a moeda acompanhou a retração das últimas três sessões e fechou com o menor valor desde 16 de setembro de 2021, a R$ 5,27.
O real, por sua vez, tem sido favorecido por um cenário de migração de investimentos para mercados emergentes e ligados a commodities diante da expectativa de aumento de juros pelo Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), junto com as elevações na Selic realizadas pelo Banco Central, que devem ser mantidas em 2022.
Nessa perspectiva, o saldo de investimentos estrangeiros em janeiro ficou positivo em mais de R$ 28 bilhões.
No radar de mercado, as ações de Vale buscavam recuperação frente a forte queda apresentada na véspera e impulsionaram o resultado positivo, com valorização de 5,59%. Os papéis da Petrobras também voltaram a subir, com os ativos PETR4 entre os maiores volumes do dia e avanço de 2,01%, mesmo com o preço do petróleo recuando no mercado internacional.
Fora do país, as bolsas em Wall Street conseguiram recuperar parte das perdas acumuladas durante o pregão visto que os investidores voltaram o foco para a temporada de balanços corporativos.
O Ibovespa fechou em alta de 0,97%, aos 113.228 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 27,07 bilhões, abaixo do registrado nos últimos dias. O dólar comercial fechou em baixa de 0,62%, cotado a R$ 5,272 na compra e a R$ 5,273 na venda.
Quarta
O Ibovespa quebrou o movimento de alta apresentado ao decorrer de janeiro e fechou em queda nea quarta-feira (2), puxado pelo mal desempenho de ações de bancos e da Petrobras. A segunda sessão de fevereiro foi marcada pela expectativa de investidores com a decisão do Copom sobre a taxa básica de juros (Selic), além da divulgação dos balanços de empresas referentes ao quarto trimestre de 2021.
O benchmark não conseguiu apoio dos papéis da Petrobras durante o pregão, visto que os ativos da estatal foram prejudicados pelo petróleo mais fraco no mercado internacional.
O Copom anunciou a tão aguardada nova Selic, que ficou em 10,75%, após elevação de 1,5 ponto percentual. O patamar veio em linha com as expectativas de especialistas.
No radar corporativo, o Santander registrou um lucro líquido gerencial de R$ 3,88 bilhões nos últimos três meses de 2021, queda de 10,6% na comparação com o terceiro trimestre e de 2% na base anual.
A instituição financeira inaugurou a temporada de resultados para os grandes bancos de forma negativa, com os papéis SANB11 chegando a cair 4,22% na mínima do dia e puxando também as ações de seus pares na Bolsa.
No exterior, a Opep+ manteve suas metas recentes de adicionar 400 mil barris por dia (bpd) a cada mês. A organização justificou o aumento dos preços do petróleo pelo fracasso das nações consumidoras em garantir investimentos adequados em combustíveis fósseis à medida que mudam para energia mais verde.
Nos Estados Unidos, a dívida pública ultrapassou os US$ 30 trilhões pela primeira vez. O número corresponde a uma elevação de cerca de US$ 7 de trilhões em comparação com janeiro de 2020, período anterior à pandemia. As bolsas do país chegaram a operar no vermelho, mas recuperaram as perdas e se firmaram no terreno positivo.
O Ibovespa fechou em queda de 1,18%, aos 111.894 pontos. O volume financeiro negociado na sessão ficou em R$ 25,29 bilhões. O dólar comercial fechou com uma leve alta de 0,07%, a R$ 5,275 na compra e R$ 5,276 na venda.
Quinta
O Ibovespa recuou pela segunda vez consecutiva na quinta-feira (3), em sessão marcada por grande volatilidade enquanto o índice era pressionado por Wall Street e pela queda nas ações da Petrobras (PETR3;PETR4). Em relação as bolsas norte-americanas, os balanços negativos decepcionantes de gigantes da tecnologia como Meta, dona do Facebook, e Spotify impactaram o mercado da maior economia do mundo, que viu os principais índices encerrarem no terreno negativo.
Já os papéis da Petrobras sofreram com a fala do ex-presidente Lula sobre o fim da paridade internacional de preços, porém conseguiram reduzir parte das perdas na reta final da sessão. No exterior, o barril do petróleo fechou o pregão cotado em US$ 90 pela primeira vez em sete anos.
A atenção também estava voltada a decisões de autarquias internacionais. Na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juros inalteradas, o que apagou grande parte do otimismo acumulado pelas bolsas europeias nos últimos dias. Como resultado, os índices do continente quebraram a sequência de sessões em alta e encerraram em queda na quinta.
Ainda na Europa, o Banco Central da Inglaterra (BoE) elevou a taxa básica de juros em 0,25%, para 0,50% ao ano.
Na política, a privatização da Eletrobras pode ser suspensa após um erro nos estudos técnicos na avaliação da potência das usinas hidrelétricas. A falha teria levado o valor da outorga a ficar muito menor do que deveria, lembrando que a mesma se refere a quantia que os compradores precisam pagar para levar a estatal.
O Ibovespa fechou em baixa de 0,18%, aos 111.695 pontos. O volume financeiro do dia ficou em R$ 24,2 bilhões. A moeda americana subiu 0,36%, a R$ 5,295 na compra e na venda.
Sexta
O Ibovespa encerrou em alta na sexta-feira (4), após ter passado a maior parte da sessão no terreno negativo. O índice foi impulsionado pelo bom desempenho de commodities como Vale e Petrobras, além de uma melhora no humor em Wall Street frente o avanço de ações de tecnologia, que despencaram na véspera.
Em relação a Petrobras, o petróleo do tipo Brent, referência para a estatal, saltou 2,35% aos US$ 93,25, atingindo máximas de sete anos. O disparo foi alavancado por tensões geopolíticas e uma tempestade de inverno nos Estados Unidos alimentando preocupações sobre interrupções no fornecimento.
Na maior economia do mundo, as bolsas se recuperaram das perdas da véspera e a maioria fechou no terreno positivo. O movimento refletiu os bons resultados divulgados pela Amazon, que registrou um lucro líquido de US$ 14,3 bilhões no quarto trimestre de 2021.
Na política, o Ministério da Economia antecipou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre combustíveis, que pode gerar uma perda anual de até R$ 54 bilhões para a União.
O Ibovespa fechou em alta de 0,49%, aos 112.244 pontos. O volume financeiro negociado na sessão ficou em R$ 25,8 bilhões. O dólar comercial fechou em alta pela terceira sessão consecutiva, subindo 0,5%, a R$ 5,322 na compra e na venda.