LIG ganha espaço entre family offices

O título antes era atraído pelo público alvo de alta renda e agora descendo para o varejo.

A LIG, título lastreado por créditos imobiliários, tem ganhado cada vez mais adeptos no mercado financeiro. O título antes era atraído pelo público alvo de alta renda e agora descendo para o varejo. O produto é emitido por bancos,caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento ou investimento, companhias hipotecárias e associações de poupança e empréstimo.

Com dupla garantia, do banco emissor e de uma carteira de créditos imobiliários, o título foi criado com o objetivo de fomentar o mercado imobiliário no país, baseado no modelo reconhecido no exterior de covered bonds. A LIG conta com uma carteira de ativos que lastreia e garante os títulos, uma vez que se torna um patrimônio apartado da instituição emissora, dedicado exclusivamente à LIG.

A family office é uma estrutura montada para famílias com muitos recursos, normalmente donas de grandes empresas, e que precisam de uma assessoria completa, que inclua a parte jurídica, contábil, fiscal e de investimento. A nova modalidade de título tem sido cada vez mais atraído pela divisão de fortunas dessas famílias.

Além disso, uma outra característica positiva é o prazo mais longo, pelas regras do produto, o papel precisa ter no mínimo 24 meses. A LCI tem prazo mínimo de 90 dias. Criada pelo CMN em 2017, a LIG só foi regulamentada pela CVM em 2021.

A adesão positiva pode ser observada no crescimento de 132% no estoque de LIGs no ano passado para R$ 48 bilhões, apontam dados divulgados pela B3. Em janeiro, o estoque aumentou para R$ 50 bilhões. 

Ao longo da vida de uma LIG, este mesmo agente fiduciário zela pelo interesse dos investidores, monitorando as condições do título e da carteira de ativos. É previsto em lei que a LIG seja depositada em um depositário central autorizado pelo Banco Central, desta forma a B3 mantém controle de toda cadeia de negócios do título, dando transparência e segurança das emissões.