Política

Por que o Brasil quer ingressar na OCDE?

Entrada do país no “clube nos mais ricos” daria maior credibilidade para o Brasil receber mais investimentos estrangeiros

Ingressar na Organização da Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), carinhosamente apelidado de “clube dos mais ricos”, dá a qualquer país uma maior credibilidade no cenário internacional. Afinal, para entrar no grupo é preciso atender vários requisitos, entre eles os controles fiscais e ambientais. Nesta semana, o governo brasileiro divulgou o recebimento de uma carta-convite do secretário da OCDE, Mathias Cornann.

Em um pronunciamento à imprensa na terça-feira (25), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “o Brasil passou a cumprir 103 dos 251 requisitos exigidos para fazer parte da organização”.

O Ministério da Economia já tomou a primeira medida para ingressar na OCDE, atendendo uma das pedidas da Organização, o governo federal decidiu zerar a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações com moeda estrangeira até 2029.

Mas afinal, o que muda para o Brasil?

Entrar na OCDE e receber o selo de participação do “clube dos mais ricos” poderia dar ao Brasil uma maior credibilidade ao investidor estrangeiro que, nos últimos anos, tem buscado alternativas em outros países.

Além disso, de acordo com o Nubank, entrar na organização pode dar ao Brasil “chances de fazer novos parceiros e acordos comerciais” e “participar de acordos de cooperação exclusivos entre os membros participantes”.

Por outro lado, o economista, Alexandre Schwartsman, diz que outros fatores são mais importantes do que a entrada na OCDE, como a mudança nas políticas ambientais para colocar em prática um acordo comercial com a União Europeia, que está ameaçado.

“Vamos perder um acordo com a UE pela questão ambiental. O que vale mais, esse acordo ou botar a placa da OCDE? Não precisamos entrar na OCDE para fazer as mudanças, você não ganha muita coisa, além da plaquinha na porta”, diz. 

Quais países participam da OCDE?

Europa:
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letônia, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal e Reino Unido.

Américas: Canadá, Chile, Estados Unidos, México e Peru.

Ásia/Oceânia: Austrália, Coreia, Israel, Japão, Nova Zelândia.