As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) bateram sua maior cotação em dez anos, após subirem mais de 3% na sessão desta terça-feira (25). Os papéis da estatal vem se beneficiando da alta dos barris de petróleo Brent e WTI, os quais recentemente atingiram suas máximas registradas nos últimos sete anos, por conta dos receios de quebras na produção de petróleo, na sequência de um ataque do grupo Houthi do Iêmen nos Emirados Árabes Unidos.
Além disso, a Agência Internacional de Energia (IEA) emitiu relatório na semana passada afirmando que o nível de demanda por petróleo deve se tornar maior que os patamares pré-pandêmicos, por causa do avanço da vacinação global.
A agência explicou que as recentes ondas do coronavírus não se mostraram graves o suficiente para justificar o retorno às medidas rígidas de bloqueio. A demanda total este ano deve ficar em 99,7 milhões de barris por dia, cerca de 200 mil barris por dia acima dos níveis de 2019, disse a IEA.
“O número de casos da covid-19 está explodindo em todo o mundo, mas as medidas tomadas pelos governos para conter o vírus são menos severas do que nas ondas anteriores e o impacto na atividade econômica e na demanda por petróleo permanece relativamente moderado”, afirmou a agência.
O PETR3 encerrou a sessão com alta de 3,32%, a R$ 35,80, o maior valor desde maio de 2010. Enquanto o ativo PETR4 avançou 3,26%, a R$32,99, a cotação máxima desde abril de 2010.
Correlação ações da Petrobras x Petróleo
Após a Petrobras anunciar em 2017 a revisão da política de preços de combustíveis, com o objetivo de tornar os reajustes mais frequentes, as ações da companhia se tornaram mais correlacionadas com a cotação do barril de petróleo.”Mais do que nunca, após a revisão da política de preços, os resultados da Petrobras estão ligados ao petróleo”, diz Luiz Carvalho, analista do banco UBS.
O especialista explica que desde que a primeira etapa das novas diretrizes foi anunciada, em 2016, a petroleira realizava em média um reajuste de preços de seus produtos por mês. No entanto, esses ajustes não se traduziram em uma maior correlação entre a variação das ações da companhia na bolsa e os preços do petróleo no mercado internacional.
Carvalho comentou que o aumento na periodicidade de reavaliação dos preços da gasolina e do diesel no mercado interno tende a corrigir um pouco essa distorção.
De acordo com pesquisa realizada em 2018 no Instituto Paulista de Ensino (FIPEN), foi constatado que as ações da Petrobras possuem uma “correlação quase perfeita entre as variáveis, preço do barril do petróleo e variação nos preços dos papéis da estatal”. O levantamento trouxe que os ativos da petroleira possuem, aproximadamente, uma correlação de 96,8% com a cotação de preços da commodity.
Devo comprar ações da Petrobras?
A XP Investimentos recomenda compra das ações da Petrobras, e estipula um preço-alvo de R$ 45,30 para os papéis, um potencial de alta de, pelo menos, 26,5%, de acordo com relatório enviado no final de dezembro do ano passado.
A corretora diz que mantém visão positiva por conta da qualidade dos ativos do pré-sal, pelo valuation atrativo de 2,5 vezes, levando em consideração a relação entre o valor da companhia e o Ebitda. Além disso, os analistas ressaltam o pagamento de dividendos robustos, com expectativa de rendimento de 23% em 2022.