O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (11) que o resultado foi reflexo da forte elevação nos preços de bens, tarifa adicional de energia elétrica e desequilíbrios entre oferta e demanda com gargalos nas cadeias produtivas.
A justificativa foi enviada através de carta aberta enviada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, procedimento padrão no qual o presidente da autarquia monetária deve realizar ao passo que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se encontra acima do intervalo de referência, descomprindo a meta de inflação em 2021.
A divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) foi maior que o esperado. No acumulado de 12 meses até dezembro de 2021, o indicador ficou em 10,06%, sendo a maior variação desde 2015. Às 10h09, o dólar comercial registrava queda de 0,45%, a R$ 5,687. Agentes do mercado avaliam que o resultado do IPCA de dezembro reforça as expectativas de juros mais altos por mais tempo no país
O chefe do BC ressaltou que o movimento de alta nos preços foi um fenômeno global que atingiu a maioria dos países avançados e emergentes.
“Os principais fatores que levaram a inflação em 2021 a ultrapassar o limite superior de tolerância foram os seguintes: 1) forte elevação dos preços de bens transacionáveis em moeda local, em especial os preços de commodities; 2) bandeira de energia elétrica de escassez hídrica; e 3) desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, e gargalos nas cadeias produtivas globais”, explicou o BC, em carta.
Esta foi a sexta carta desde a criação do sistema de metas para a inflação, em 1999. A carta mais recente foi escrita pelo antecessor de Campos Neto, Ilan Goldfajn, em janeiro de 2018. O texto era relativo à inflação de 2017, mas, na ocasião, o então presidente do BC se justificava por resultado ligeiramente inferior ao limite mínimo estabelecido.