A inflação de mercadorias usadas na indústria teve variação de 1,31% em novembro de 2021, mostram dados do IPP (Índice de Preços ao Produtor). O resultado sinaliza uma desaceleração frente a outubro, quando a alta havia sido de 2,26%.
O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar da perda de fôlego, o indicador ainda acumula alta de 28,86% em 12 meses. É a menor marca em 12 meses desde fevereiro de 2021 (28,50%), indicou o IBGE. Estava em 28,95% até outubro.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta de entrada das fábricas”, sem efeito de impostos e fretes. Ou seja, capta os valores de mercadorias usadas nas linhas de produção.
A pesquisa avalia 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Do total, 17 tiveram variações positivas nos preços em novembro.
As maiores influências para a alta do índice no mês vieram de refino de petróleo e produtos de álcool (impacto de 0,71 ponto percentual e avanço de 6,63%). Em seguida, aparecem outros produtos químicos (peso de 0,47 ponto percentual e elevação de 4,9%).
Segundo o gerente da pesquisa do IPP, Manuel Campos Souza Neto, os setores com maior impacto no IPP de novembro sentiram reflexos do comércio internacional.
Ao longo da pandemia, a indústria passou a sofrer com a escassez de parte dos insumos. A oferta reduzida fez os preços subirem. O dólar alto e a valorização de commodities também ajudaram a encarecer as mercadorias usadas pelas fábricas.
No acumulado de 2021, entre janeiro e novembro, o IPP registra avanço de 28,36%.
Mesmo com a reabertura da economia, o setor industrial dá sinais de perda de fôlego no Brasil. Afetada pela escassez de insumos e pelo aumento de custos, a produção industrial brasileira caiu 0,6% em outubro, na comparação com setembro, segundo o IBGE. Foi a quinta retração consecutiva do setor, o que não ocorria desde 2015.