BC: endividamento das famílias bate recorde

Segundo a autarquia, comprometimento de renda também quebrou recorde no acumulado dos últimos 12 meses

O endividamento das famílias e o comprometimento de renda dos brasileiros continuaram subindo e bateram recorde, de acordo com relatório divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (28). Em setembro, o dado mais recente, o saldo das dívidas das famílias correspondeu a 49,4% da renda acumulada em 12 meses. Sendo uma alta de 0,7% no mês e de 5,5% no ano.

O valor médio gasto pelos brasileiros para pagar o serviço de dívidas foi de 26,2%, elevação de 0,5 ponto percentual no mês e de 1,7 ponto no ano. Os dois indicadores são os mais altos da série histórica iniciada em 2005.

Para o chefe-adjunto do departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, o aumento do indicador em si não é necessariamente ruim.

“A elevação pode refletir a expansão imobiliária, por exemplo. Uma família que sai de um apartamento alugado para um financiado passa a ter maior endividamento, mas a situação financeira dela pode ser considerada mais saudável”, disse.

Por outro lado, o dado do comprometimento da renda, também em alta, é mais relevante para revelar a situação das famílias, segundo Baldini. Ele ponderou que apesar do recorde, o nível ainda está relativamente próximo aos patamares observados em março de 2020, quando estava em 25,3%.