O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, apresentou nesta quinta-feira (16) incertezas sobre qual será a taxa básica de juros no fim do atual ciclo de altas.
“A gente falou bastante que discutimos aumentos maiores, o quão longo deveria ser o ciclo, qual era a taxa terminal, o que poderia ser a taxa terminal (…) Mas na verdade nós não comunicamos e não sabemos qual é a taxa terminal”, afirma Campo Neto.
Ao participar de um evento organizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em um tom de alerta, o presidente da autarquia monetária brasileira afirmou que a inflação é o “imposto mais maligno” e que é preciso agir de forma “rápida” para conter o aumento.
“O imposto mais maligno que nós temos é a inflação. Nós já tivemos essa experiência no passado, é muito importante agir de forma rápida, consistente, com linguagem transparente, para que consiga abortar esse processo de desancoragem [estimativas de inflação acima da meta]”, disse.
Em contrapartida, o presidente do BC afirma: “O Banco Central entende que tem um movimento mais persistente de inflação que pode demandar um ciclo mais longo de elevações da Selic. Esse é um tema da decisão de cada reunião do Copom. Mas há uma volatilidade nos dados de curto prazo muito grande”.