O Banco Central (BC) prevê que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará expressivamente abaixo da meta de 3% em 2024. Os dados são do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, divulgado nesta quinta-feira (16). As estimativas para 2021, 2022 e 2023 são respectivamente de 10,2%, 4,7% e 3,2%, conforme foi exposto na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Na projeção central do BC, que conjectura a taxa de juros extraída da pesquisa Focus, encerrando este ano em 9,25% ao ano (a.a), elevando a sequência para 11,75% a.a, mas fechando 2022 em 11,25% a.a e 2023 em 8% a.a. Já a taxa de câmbio começa em R$ 5,65, a média da semana anterior à reunião do Copom, e avançou segundo a paridade do poder de compra.
No documento de setembro, as previsões eram 3,7% para 2022, 8,5% para 2021, 3,2% para 2023 e 2,8% para 2024.
“A inflação segue elevada e tem se mostrado mais persistente que o antecipado”, destacou o BC no RTI de dezembro, de acordo com o Valor. “Ainda que preços mais voláteis como os de alimentos, combustíveis e energia tenham apresentado grande contribuição para a alta da inflação, a pressão inflacionária se revela disseminada e abrange também componentes mais associados à inflação subjacente”.
Na perspectiva da organização, “passado o efeito desinflacionário inicial da pandemia, esses preços [de commodities internacionais] passaram a crescer continuamente e em ritmo acelerado”.
O documento também acrescentou que a probabilidade do IPCA fechar abaixo do piso da meta no próximo ano é de 2% e de ser superior ao teto é de 41%.