A indústria da construção civil prevê forte desaceleração dos negócios do setor no próximo ano, após registrar um ano de forte crescimento com a entrega de projetos contratados no início da pandemia.
Projeções da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam crescimento de 7,6% neste ano e de apenas 2% no próximo, de acordo com dados que serão divulgados nesta segunda-feira (13).
Segundo a entidade, o crescimento foi puxado pelo ciclo de vendas de 2020. “Estamos produzindo o que foi vendido lá atrás e a velocidade está muito forte”, afirma José Carlos Martins, presidente da CBIC.
As projeções deste ano foram revistas várias vezes pelo setor, que estava inicialmente pessimista por causa da alta nos preços dos insumos e depois passou a observar ritmo mais acelerado nas obras.
O pessimismo com o ano que vem é reflexo das incertezas criadas pela alta dos juros e pela queda da renda dos brasileiros, que devem ter impacto negativo especialmente no segmento da habitação popular.
A CBIC continua preocupada com a alta nos custos da construção. O índice que mede a variação dos preços de materiais e equipamentos subiu mais de 42% durante a pandemia, puxado por ferro e aço.