Os ataques hackers estão entre as principais preocupações dos gestores em 2021. Apenas neste ano, as perdas globais por ciberataques podem chegar a US$ 6 trilhões (R$ 33,2 trilhões), cerca de três vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de acordo com estudo da consultoria alemã Roland Berger. Esta é uma das razões pelas quais 83% das organizações brasileiras preveem um aumento nos gastos com cibersegurança em 2022, revela pesquisa da PwC Digital Trust Insights 2022.
O estudo aponta que 45% das empresas brasileiras estimam aumento de 10% ou mais nos investimentos em segurança de dados. No ano passado, apenas 14% demonstraram esta mesma preocupação. Em 2021, 50% das empresas ouvidas afirmam ter destinado até 10% do orçamento de tecnologia para ações voltadas à segurança.
Mesmo com a previsão de alta nos investimentos, de modo geral, as organizações convivem no mundo com uma lacuna em relação a riscos de terceiros e da cadeia de suprimentos: cerca de 25% destas empresas têm pouca ou nenhuma compreensão desse tipo de risco. No Brasil, esta percepção é melhor tanto para a compreensão dos riscos quanto para a realização de ações relacionadas.
“No Brasil, tanto os CEOs como outros altos executivos acreditam que a missão da cibersegurança está mudando e assumindo um papel importante no desenvolvimento da confiança e na expansão dos negócios. Eles veem agora a importância dos dados que possuem”, afirma o sócio da PwC Brasil, Eduardo Batista.
Para o empresário, a alta administração das empresas precisa garantir que os riscos sejam monitorados e que o modelo de segurança seja simples, mas eficiente para evitar que estes riscos tragam impactos reais para a empresa, como por exemplo paralisação da operação, lucro cessante e danos à imagem.
Brasil tem melhores práticas
A pesquisa identificou também que apenas cerca 10% das organizações no mundo tem práticas avançadas de confiança de dados. No Brasil, os resultados são melhores para todas as práticas, como a adoção de processos e tecnologias para recursos de criptografia.
Mesmo assim, o país tem sido um dos principais alvos globais de ataques cibernéticos, ultrapassando o volume de ataques de 2020 apenas no primeiro semestre deste ano, com um total de 9,1 milhões de ocorrências. Sendo assim, o Brasil ocupou a 5ª posição das maiores vítimas de hackers no mundo, ficando atrás dos EUA, Reino Unido, Alemanha e África do Sul, segundo levantamento da Roland Berger.