O Boletim Focus de hoje pode ser definido como a reafirmação dos pessimismos das expectativas. Foram feitos leves ajustes para cima, dentro das projeções dos indicadores e taxas. A inflação de mais de 10% ao ano é e deve continuar a ser o principal inimigo da realidade brasileira nas ruas, no mercado e na política.
As expectativas do IPCA 2021 refletem o leve ajuste para 10,15% a.a, frente aos 10,12% da semana passada. Para 2022, o ajuste foi igualmente leve, trazendo a projeção do índice para 5%, frente aos 4,96% da semana passada. Como já era esperado, as projeções de crescimento do PIB foram reajustadas levemente para baixo.
A variação para este ano deve ficar em 4,78%, frente aos 4,80% da semana passada. Para o próximo ano, parece que a precificação da estagnação econômica está ficando clara, a taxa esperada é de 0,58% no fim do ano.
SELIC e Câmbio mantiveram-se estáveis em relação ao último Focus, com 9,25% a.a para a taxa básica e 5,50 USD/BRL para o câmbio nominal.
Vale ressaltar que essas projeções podem não conversar com os fundamentos macroeconômicos por não desviarem suas trajetórias com as expectativas de inflação precificadas para cima. A taxa básica, em tese, deveria seguir para cima com a alta de preços, mas esperemos para o prosseguimento das próximas reuniões do COPOM, que deve ajustar as questões em relação ao juros.