SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Antes mesmo de começar oficialmente, a Black Friday de 2021 já registrou um volume de reclamações de consumidores 40% acima da edição do ano passado, segundo levantamento do Reclame Aqui, que comparou, nos dois anos, o período entre o meio-dia de quarta-feira e as 17h da quinta, que antecede o evento. No intervalo deste ano, foram registradas 4,4 mil queixas.
O principal motivo é o atraso na entrega, que subiu mais de 160% quando a comparação é feita com o mesmo período em 2019.
Segundo o Reclame Aqui, o histórico da Black Friday no Brasil tinha um perfil diferente, que começou a mudar no ano passado. Antes, as queixas pelo atraso na entrega só começavam a se avolumar depois que a promoção acabava, nos dias e até semanas seguintes, quando os consumidores reportavam que não tinham recebido os produtos no prazo prometido.
Neste momento da véspera, as queixas giravam mais em torno de propaganda enganosa, problemas com pagamento ou falta de produto. Como os varejistas passaram a prometer prazos de entrega cada vez mais curto, as reclamações por atraso foram antecipadas, segundo o Reclame Aqui.
A inflação também pode ter contribuído para a mudança: como os consumidores estão aproveitando os descontos da data para comprar até alimentos e produtos de higiene, itens que tradicionalmente têm entrega mais curta, as eventuais falhas no serviço vêm à tona mais cedo.