Graças a escassez semicondutores, que tem trazido dores de cabeça a diversos empresários, muitos investidores estão recalculando suas rotas de aporte.
Esse foi o caso do empresário sul-africano Elon Musk, que me um encontro com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, admitiu que se vê ‘’obrigado’’ a investir em uma fábrica de semicondutores para fugir da ‘guerra dos microchips’ mundo afora. Segundo o que foi dito na última segunda-feira (15) o Brasil seria um dos países postulantes ao aporte. O assunto veio à tona depois que Faria propôs a inauguração de uma fábrica da montadora Tesla no Brasil.
O encontro, na verdade, serviu para que fosse negociado a implementação de satélites da Starlink para monitoração do desmatamento na Amazônia e conectar as escolas localizadas em áreas remotas com internet de última geração. “Eu o convidei a abrir uma fábrica de semicondutores aqui. Ele me disse que não fazia parte do core business investir em uma fábrica de semicondutores, mas reconheceu que precisa de semicondutores para tudo. Um carro da Tesla, por exemplo, precisa de 10 mil peças”, disse Faria.
Em fevereiro de 2021, a ausência de microchips fez com que a produção do veículo Tesla Model 3 fosse paralisada na fábrica da montadora em Fremont, Califórnia.
Como resposta a Faria, Musk disse que que está no radar a abertura de uma fábrica para microchips. “Ele vai esperar um ano para ver como essa questão dos semicondutores se desenvolve no mundo, e pode, depois disso, abrir uma fábrica. O Brasil é uma possibilidade”, completou o ministro. Para Faria, inaugurar a unidade fabril no Nordeste seria uma das possiblidades, já que a região foi apresentada pelo ministro como a “Califórnia brasileira”.
“O Nordeste tem tudo para virar um hub de inovação, que pode vender para a América Latina inteira. São Paulo é como Nova York e o Nordeste é como a Califórnia. Foi esse paralelo que fiz para ele.”