A desvalorização do real frente ao dólar e o aumento generalizado dos preços do petróleo no exterior são os dois principais fatores para a gasolina estar sendo cobrada a mais de R$ 7 em alguns estados, de acordo com o CEO da PetroReconcavo (RECV3), Marcelo Magalhães.
Em live realizada nesta quinta-feira (11), ele disse que todas as tentativas de controlar artificialmente os preços do petróleo no mundo no último século “resultaram em estrondosos fracassos”, e falou sobre o que é preciso acontecer para que os preços voltem a se normalizar no mercado interno.
“A forma, ao meu ver, de resolver isso é, sobretudo, do lado do câmbio. Se a gente tiver políticas fiscais conservadoras, uma organização entre o governo e a sociedade, a gente tende a ter uma apreciação do real, tende a atrair mais investimentos [para o país]. O fluxo de dólar para o Brasil aumenta muito. Vamos ter benefício disso com mais investimentos e geração de empregos, e também uma valorização do real perante ao dólar”, disse.
O executivo contou ainda sobre o anúncio da Petrobras no passado de que deixaria o mercado de gás natural do Nordeste por ser uma operação que já não valia mais a pena para a companhia. “A saída da Petrobras está acontecendo de uma forma mais lenta do que deveria”, disse Magalhães. O CEO espera que a partir do próximo ano a PetroReconcavo possa vender gás para outras empresas, a preços diferenciados — hoje ele só pode vender o produto para a própria Petrobras.
CFO da PetroReconcavo, Rafael Procaci, disse que 60% do valor da compra foi financiada com as reservas da companhia como garantia. “Hoje em dia, essa dívida está em US$ 140 milhões e vem sendo amortizada desde meados de 2020. Com a nossa captação no IPO, hoje a gente tem uma posição de caixa que é maior do que essa dívida. Então, a gente tem uma alavancagem negativa”, afirmou.
A empresa abriu capital na B3 há cerca de seis meses, mas a PetroReconcavo tem uma história de 22 anos.