RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A siderúrgia ArcelorMittal anunciou nesta quinta-feira (11) investimentos de US$ 850 milhões (R$ 4,6 bilhões, pelo câmbio atual) para ampliar a capacidade de produção em suas operações brasileiras. Os recursos serão destinados a uma mina e uma unidade industrial em Minas Gerais.
Do total aprovado, US$ 350 milhões (R$ 1,9 bilhão) serão gastos na mina Serra Azul, em Itatiaiuçu, a 75 quilômetros de Belo Horizonte. A empresa construirá uma unidade de produção de pellet feed (minério super fino) com capacidade para 4,5 milhões de toneladas por ano.
O objetivo é fornecer minério de alta qualidade para operações da ArcelorMittal no México, que também terão investimentos em expansão da capacidade. A previsão é que a nova unidade comece a produzir no segundo semestre de 2023.
Os outros US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) serão investidos na conclusão de uma nova linha de produção na usina de João Monlevade, a 115 quilômetros da capital mineira, com a construção de uma unidade de sinterização, um alto-forno e uma aciaria.
A expansão do projeto Monlevade estava suspensa pela crise no mercado interno brasileiro após a recessão de 2016, mas a companhia afirmou nesta quinta que perspectivas de recuperação justificam a retomada das obras já em 2021.
O objetivo do investimento é elevar em um milhão de toneladas por ano a capacidade de produção de aço na unidade, que já havia recebido uma nova unidade de laminação antes da suspensão do investimento. As operações devem começar no segundo semestre de 2024.
O anúncio dos investimentos foi feito durante a divulgação do balanço da ArcelorMittal, que registrou lucro de US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões) no terceiro trimestre, o melhor resultado trimestral da siderúrgica desde 2008.
O desempenho foi impulsionado pela elevação nos prêmios pagos por aço, mesmo em um momento de queda em suas vendas. A receita da empresa no Brasil mais que dobrou, crescendo 122% em comparação com o terceiro trimestre de 2020.
No país, a ArcelorMittal produziu 3,1 milhões de toneladas, alta de 35,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os embarques cresceram 16,6%, para 2,8 milhões de toneladas.