WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O programa iFood Pedal, que aluga bicicletas elétricas para entregadores de comida, será ampliado para Recife, Salvador, Brasília e Porto Alegre nos próximos meses. E em São Paulo e Rio de Janeiro, onde já atua, haverá mais bikes disponíveis.
Iniciado há um ano, o projeto soma 13 mil entregadores cadastrados e mais de 1 milhão de entregas feitas. As bicicletas são fornecidas pela Tembici, que também opera sistemas de empréstimo como o Bike Sampa e o Bike Rio.
Com a expansão, a frota do programa deve atingir 2.500 bikes até 2022. Nesses modelos elétricos, um motor dá um reforço nas pedaladas, o que ajuda a subir ladeiras e a percorrer retas mais rápido. A ajuda é cortada quando a velocidade supera 25 km/h. As bikes são carregadas durante a noite, e a bateria pode ser trocada durante o dia, se for necessário. Cada recarga gera autonomia de até 60 km.
Entregadores interessados devem buscar a opção ?iFood Pedal? dentro do aplicativo para profissionais. Há mensalidade de R$ 34,90, ou R$ 9,90 por semana, que dá direito a usar as bicicletas por períodos seguidos de até quatro horas, em São Paulo, e de duas horas, no Rio.
Assinantes do plano também podem usar espaços de descanso montados pelo iFood, que contam com armários, área de descanso e banheiros. O pacote inclui um seguro de acidentes pessoais, desconto na compra de medicamentos e um curso online sobre bicicletas e trânsito.
?Cruzamos os dados que temos, sobre o uso de bicicletas, com os dados de demanda de entregas do iFood, para determinar quais pontos e cidades receberão o programa?, explicou à reportagem Mauricio Villar, diretor de operações da Tembici.
Dados das empresas apontam que, com as bikes elétricas, os entregadores conseguem fazer mais entregas em menos tempo, aumentando seus ganhos. ?Usamos inteligência artificial para definir qual modal é mais adequado para cada entrega, levando em conta fatores como distância, altimetria, trânsito e quantidade de itens?, explica Fernando Martins, chefe de inovação e logística do iFood.
A empresa de entregas se comprometeu a fazer 50% das entregas com veículos não poluentes até 2025 e, desde julho, tem feito compensações ambientais referentes a 100% das emissões geradas pelas entregas.
Outras opções de entrega, como drones e robôs terrestres seguem em estudo, como alternativas que podem ser adotadas em um horizonte de cinco a dez anos. ?É preciso achar aplicações que façam sentido. Um robô terrestre na Faria Lima talvez não seja eficiente, mas poderia ser usado em universidades e condomínios fechados, como em Alphaville?, projeta Martins. ?Mas esse avanço também depende de questões regulatórias, como regras da Anac.?
O projeto iFood Pedal começou com bicicletas elétricas exclusivas, mas a ideia é que, no futuro, entregadores e demais usuários alternem o uso dos mesmos veículos. ?Os horários de pico de uso para mobilidade e entregas são diferentes. Há um pico de uso de manhã e no fim da tarde, com as pessoas indo e voltando do trabalho, e a alta nas entregas se dá na hora do almoço e entre 19h e 21h. Eles são intercalados?, detalha.
Maurício comenta que o uso das bikes para deslocamentos durante a semana tem ganhado força nas últimas semanas, conforme as empresas vão retomando o trabalho presencial. ?Mesmo assim, temos capacidade para absorver um uso maior?, diz.
A Tembici tem planos de aumentar a oferta de bikes elétricas para o público em geral nos próximos anos, e avançar em outras parcerias de ciclo logística, como fazer entregas de pequenos produtos comprados pela internet, além de comida. A bicicleta poderia ser usada para fazer o trecho final da rota, entre um centro de distribuição do bairro ou a loja e a casa do cliente, por exemplo.
?Poderíamos usar momentos em que o uso da bike é menor, como 5h da manhã ou o final da noite. Assim, uma mesma bicicleta seria usada o dia todo?, projeta.