Commodities energéticas têm maior alta mensal em 22 anos

Energia cresceu 19,98% em relação a setembro, aponta Banco Central

O Índice de Commodities Brasil (IC-Br) divulgou que o preço das commodities energéticas no Brasil teve a maior alta mensal em mais de 22 anos no mês de outubro, conforme dito nesta quinta-feira (4) ontem pelo Banco Central. 

  No último mês, o IC-Br Energia disparou 19,98% em relação a setembro. Foi a alta mais intensa desde março de 1999, quando o indicador marcou alta de 24,52% na comparação com fevereiro daquele mesmo ano. o BC já havia alertado para esse movimento, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada na terça-feira (3). 

  “Desde a última reunião houve alta substancial dos preços internacionais de commodities energéticas, cujo impacto inflacionário é amplificado pela depreciação do real, sendo essa combinação o fator preponderante para a elevação das projeções de inflação do Comitê tanto para 2021 quanto para 2022”, informa o documento. 

  Em seu cenário básico mais recente, o Copom prevê que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 9,5% neste ano e em 4,1% no ano que vem. Anteriormente as projeções estavam em 8,5% e 3,7%, respectivamente.  

De acordo com Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, “são vários fatores importantes” influenciando ao mesmo tempo o preço dessas commodities, “o que é raro de ser visto”. São eles: recuperação da atividade econômica mundial; menores investimentos no setor desde o ano passado, em parte por questões ambientais, dificuldades de transporte marítimo, ‘’forte” depreciação do câmbio. 

Números divulgados pelo BC, referentes ao questionário anterior à reunião do Copom, mostram que economistas do setor privado vêm projetando desde setembro preços mais altos para o petróleo Brent em 2021. No caso do Brent, a projeção mediana para preço do barril no fim deste ano passou de US$ 73 antes da reunião do Copom de setembro para US$ 83 no período anterior à reunião da semana passada. No mesmo período, a projeção para o câmbio, sempre mediana e para o fim do ano, passou de R$ 5,20 para R$ 5,30. 

Para 2022, por sua vez, a estimativa para o barril de petróleo passou de US$ 70 para US$ 79, enquanto a projeção para o câmbio passou de R$ 5,24 para R$ 5,40.