Previsão de multas inibiu mobilização de caminhoneiros nas estradas, diz diretor da CNTTL

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As decisões judiciais que proibiram o bloqueio de rodovias federais por caminhoneiros são a causa da baixa adesão da categoria aos protestos nas estradas. A avaliação é de Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística), umas das entidades que convocaram a greve para esta segunda (1º).
Segundo ele, o medo das multas inibiu a mobilização dos motoristas nas rodovias. “Nós estamos com interdito proibitório, não pode botar o pé na pista sob pena de [ter que pagar] R$ 100 mil”, afirma.
No último sábado (30), a Justiça proibiu o bloqueio de estradas em diversos estados, com multas que variam de R$ 5.000 a R$ 1 milhão para pessoas físicas e jurídicas que descumprirem a ordem.
“Coragem para trancar a pista não nos falta, o que falta é dinheiro para pagar a indenização que eles querem cobrar”, diz o diretor.
Mesmo sem bloqueios nas rodovias, Dahmer avalia que o primeiro de paralisação foi bastante positivo. Segundo ele, os caminhoneiros autônomos não fecharam as estradas, mas pararam em casa.
“Nós estamos aqui no entroncamento da BR-285 com a BR-342, no Rio Grande do Sul, que é o segundo maior entroncamento do estado. Eu te asseguro que 90% dos caminhoneiros autônomos pararam, os que estão rodando aqui são [caminhoneiros] de empresas.”