RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A inflação de mercadorias usadas na indústria desacelerou para 0,40% em setembro, mostram dados do IPP (Índice de Preços ao Produtor) divulgados nesta quarta-feira (27).
Das 24 atividades pesquisadas, 20 tiveram variação positiva nos preços, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pelo levantamento. Em agosto, quando o IPP subiu 1,89%, as 24 haviam registrado alta.
Apesar da perda de fôlego em setembro, o indicador ainda acumula disparada de 30,59% em 12 meses. Em período menor, de janeiro a setembro, a alta é de 24,08%.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta de entrada das fábricas”, sem efeito de impostos e fretes. Ou seja, capta os valores de mercadorias usadas nas linhas de produção.
Durante a pandemia, parte dos insumos industriais ficou mais cara em razão do dólar mais alto. Com o real desvalorizado, o preço das commodities avança, pressionando empresas que dependem de mercadorias importadas.
A piora da crise hídrica significa uma ameaça adicional para a indústria. É que a escassez de chuva força o acionamento de usinas térmicas, o que eleva os custos de geração e as tarifas da energia elétrica.
Em uma tentativa de conter a inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) passou a aumentar a taxa básica de juros, a Selic. Os juros mais altos, além de afetarem o consumo, dificultam investimentos produtivos de indústrias.
Diante desse cenário, há grande expectativa com a nova reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). O encontro do colegiado começou na terça (26) e termina nesta quarta-feira (27).
Várias instituições financeiras, entre elas bancos estrangeiros, passaram a ver uma alta de 1,5 ponto percentual na Selic já nesta reunião. Com essa elevação, superior à esperada inicialmente, a taxa pularia de 6,25% para 7,75% ao ano.
Até um avanço maior nesta semana, de 2 pontos percentuais, não é descartado por parte dos analistas.