O panorama da semana que se inicia com previsões de altas nos juros estimado pelas instituições financeiras, somado às incertezas gerais, reflete em visões tanto quanto pessimista sobre o cenário econômico, e pode influenciar sobre a decisão de política monetária do Banco Central brasileiro
O departamento econômico do Bradesco prevê um aumento de e 1,25 ponto percentual da Selic na quarta-feira (27), para 7,50% ao ano. Em nota o banco analisa: “O Banco Central vai se deparar com diversos desafios, vindos da piora do debate fiscal, do cenário externo mais desafiador e das pressões altistas sobre a inflação. Nesse cenário, o Copom deve alterar o ritmo de alta da Selic da próxima semana”.
A XP Investimentos compartilha da ideia de que está por vir uma compressão monetária ainda mais rígida do BC, com 1,50 ponto porcentual, com uma estimativa de 11% da Selic ao ano, frente à taxa de 6,25% que vigora atualmente.
“Em nossa opinião, estamos observando uma mudança de regime na condução da política fiscal, e não ‘apenas’ uma piora na margem”, afirmou em nota Caio Megale.
A corretora também possui uma outra estimativa de elevação de 1,50 ponto porcentual, desta vez na reunião do Copom prevista para dezembro.
“Apesar de não projetarmos convergência da inflação à meta no horizonte relevante, o aperto mais intenso da política monetária será importante para evitar uma desancoragem maior das expectativas” e acrescentou “Além disso, destacamos que a deterioração do quadro fiscal levará a aumento expressivo do juro neutro na economia brasileira (para além dos 3% estimados atualmente pelo Banco Central)”.