O Google abocanha uma fatia entre 22% e 42% de toda receita com anúncio no mercado publicitário americano que passa por meio de seus sistemas, segundo informações veiculadas na sexta-feira (22) pelo The Wall Street Journal, com base em uma ação judicial que envolve a empresa em curso no estado do Texas.
Segundo o documento, o percentual retido pelo Google em cima de cada transação envolvendo anúncios na plataforma é de duas a quatro vezes acima do valor cobrado por concorrentes no setor de marketing digital.
O grau de dominância da empresa no mercado favorece esse tipo de atuação, diz a ação judicial obtida pelo jornal, que destaca ainda que os anunciantes de pequeno porte são os que têm de pagar as taxas mais altas.
O Google se defendeu, dizendo que as informações publicadas pelo jornal americano são imprecisas. “O processo judicial está cheio de imprecisões. Nossas taxas de publicidade são, na verdade, menores do que a média do setor”, afirmou Peter Schottenfels, porta-voz do Google.
Ainda de acordo com a reportagem do jornal americano, a ação defende que as práticas comerciais da empresa inflacionam os custos do mercado de publicidade, que acabam sendo repassados aos consumidores por meio de produtos mais caros. O Google também é acusado no processo de sufocar a concorrência e limitar as opções de anúncio digital.
Autoridades do governo responsáveis pelo processo assinalam que apenas uma empresa monopolista seria capaz de cobrar taxas bem acima da concorrência e, ainda assim, aumentar sua participação de mercado.
A ação descreve também que executivos do Google teriam expressado frustração com posição recentemente adotada pelo Facebook a respeito da privacidade de seus usuários, por priorizar o ganho reputacional em detrimento dos interesses comerciais.
“Temos sido claros sobre nosso apoio a regras de privacidade globalmente”, disse o porta-voz do Google à publicação.