Ibovespa despenca 2,7% e tem pior pontuação do ano com risco fiscal

Dólar renova máxima dos últimos seis meses e encerra a R$ 5,66

O principal índice da Bolsa de Valores brasileira desabou 2,75%, encerrando abaixo dos 108 mil pontos pela primeira vez no ano, na sessão desta quinta-feira (21). O Ibovespa caiu após cenário de risco fiscal no país, depois das falas do presidente, Jair Bolsonaro, garantindo atender 750 mil caminhoneiros autônomos com o benefício de R$ 400.

Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o teto de gastos poderia ser ampliado com uma “licença fiscal” para poder financiar o novo programa social do governo, o Auxílio Brasil, impactando negativamente a bolsa.

Na maior queda da sessão, o Ibovespa chegou a derreter 4,12%, mas o índice reduziu as perdas após a Comissão Especial da Câmara dos Deputados esclarecer algumas dúvidas mediante a PEC dos precatórios. Contudo, a visão de que a situação fiscal do país pode piorar permaneceu na mente dos investidores.

Nos Estados Unidos, os últimos resultados corporativos trimestrais vieram medianos. Enquanto a Tesla, de Elon Musk, apresentou números recordes, a IBM apresentou queda de receitas.

O número semanal de pedidos de auxílio-desemprego atingiu 290 mil na semana encerrada em 16 de outubro. O número veio abaixo da previsão dos economistas, de 300 mil pedidos.

Na Europa, as bolsas fecharam, majoritariamente, em queda. O principal índice do continente, o Stoxx 600, encerrou o pregão com queda de 0,02%.

A gigante imobiliária chinesa, Evergrande, anunciou que não chegou a um acordo para vender 50,1% de sua participação no negócio de serviços para propriedades. A empresa afirmou que não há garantia de que será capaz de arcar com suas obrigações financeiras.

Ibovespa

O índice encerrou em queda de 2,75% a 107.735 pontos. O volume negociado na sessão foi de R$ 43,1 bilhões.

Dólar

O dólar comercial saltou 1,92% a R$ 5,667 na compra e R$ 5,668 na venda.

Índice pela tarde

Às 15h23 (horário de Brasília), o índice despencava 3,34% aos 107.085 pontos. A queda foi intensificada após falas do presidente Jair Bolsonaro, que garantiu promover para 750 mil caminhoneiros autônomos um auxílio de R$ 400.

O dólar comercial avançava 1,78%, a R$ 5,66.

Às 12h29 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 2,22% aos 108.328 pontos. O dólar comercial tinha alta de 1,53%, a R$ 5,64. 

No início desta tarde, o Ibovespa opera com desempenho negativo com repercussão da fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre ultrapassar teto de gastos, fator que estabelece uma incerteza fiscal ao mercado. 

Ainda nesta quinta, caminhoneiros bloquearam o acesso de caminhões a bases de abastecimentos de combustível no estado do Rio de Janeiro, mais precisamente na região de Campos Elíseos, no município de Duque de Caxias. 

Os manifestantes estão realizando o bloqueio do acesso, mas não para protestar contra as distribuidoras e sim contra a alta no preço do diesel e a política de preços da Petrobras, conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência  do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb) – veja mais aqui.

Como foi a abertura do Ibovespa?

Às 10h14 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 2,03% aos 108.532 pontos. O dólar comercial teve alta de 1,66%, a R$ 5,65. 

Nesta quinta-feira (21), o Ibovespa caiu com o mercado reagindo a falas do ministro Paulo Guedes, em relação ao Auxílio Brasil, novo programa do governo que deve substituir o Bolsa Família. O ministro declarou nesta quarta (20) que o governo deve pedir autorização do Congresso Nacional para usar R$ 30 bilhões fora do teto de gastos e garantir o benefício de R$ 400 no Auxílio Brasil (veja mais aqui).

Nesta manhã, o dólar disparou junto aos juros futuros com a fala de Guedes. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 7,66% para 7,91% e a do DI de janeiro de 2023 teve alta de 9,91% para 10,42% (veja mais aqui).

Pré abertura da Bolsa

O Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira (20) com um tímido avanço de 0,10%, revertendo os prejuízos registrados durante a sessão. A alta veio mesmo com a confirmação do Auxílio Brasil a R$ 400. De acordo com especialistas, o mercado deve seguir oscilando até que sejam divulgados detalhes do benefício.

Ainda na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que seria necessária uma “licença para gastar com essa camada temporária de proteção”, em relação ao cumprimento das determinações do presidente Jair Bolsonaro.

Na sessão desta quinta-feira (21) a maior parte das bolsas internacionais registraram quedas. Nesta manhã, os índices futuros norte-americanos recuam, em sua maior parte.

O Dow Jones registrou alta de 150 pontos, na quarta-feira, chegando a um patamar recorde; o S&P subiu 0,4%; e o Nasdaq teve um leve recuo.

Ainda na véspera, a agência responsável pela autorização de medicamentos dos EUA, a Food and Drug Administration, autorizou doses adicionais para as vacinas contra a Covid-19 da Johnson & Johnson e Moderna.

As bolsas europeias registram leves quedas nesta quinta-feira, influenciadas por receios em relação ao mercado de propriedades na China. O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 economias europeias, caiu 0,2%. O setor de recursos básicos lidera as perdas.

Entre as empresas que divulgaram seus resultados trimestrais estão a L’Oreal, Vivendi, Pernod-Ricard, Daimler, SAP e Unilever.

Já as bolsas asiáticas apresentaram resultados variados entre si, com investidores atentos aos resultados da incorporadora China Evergrande Group, em Hong Kong, que tiveram uma queda expressiva de 12,54%. As ações voltaram a ser negociadas após uma pausa de mais de duas semanas.

Na véspera, a companhia declarou que não chegou a um acordo para vender 50,1% de sua participação no negócio à Hopson Development Holding. Segundo o Infomoney, a incorporadora já deixou de fazer o pagamento de certas dívidas e ainda anunciou que não sabe se cumprirá com suas obrigações financeiras.
 
Confira os principais índices à 8h:
 
ÁSIA
Nikkei 225 [-1,87%]
S&P/A SX 200 [+0,02%]
Hang Seng [-0,45%]
Shanghai [+0,22%]
 
EUROPA
DAZ [-0,07%]
FTSE 100 [-0,50%]
CAC 40 [-0,37%]
SMI [-0,17%]
 
ÍNDICES FUTUROS EUA
US 30 [-0,29%]
S&P 500 VIX [+1,47%]
US 2000 [-0,09%]
US Tech 100 [-0,17%]
 
COMMODITIES
Ouro [-0,19%] US$ 1.781,25
Prata [-1,10%] US$ 24,175
Cobre [-2,52%] US$ 4,6135
Petróleo WTI [-0,74%] US$ 82,78
Petróleo Brent [-1,15%] US$ 84,83
Minério de ferro futuro [+0,15%] US$ 123,49