Prédios comerciais de luxo atraem locações em SP

Gestores de ativos imobiliários vêem as métricas de vacância caindo e os preços de locação subindo na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, gestores de ativos imobiliários de São Paulo (SP) vêem as métricas de vacância caindo e os preços de locação subindo na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos mais importantes centros comerciais da cidade.

Em 2020, o preço da locação de prédios das classes A+ e A da localidade estava na faixa dos R$ 165/m². Já neste ano, no final de setembro a média de preço pedido na Faria Lima era de R$ 183,88/m², segundo dados da SiiLA, companhia que atua com análises do mercado imobiliário da América Latina.

A região Faria Lima é um retângulo de cerca de 450 mil metros quadrados onde estão localizados 26 empreendimentos de alto padrão com mais de 465 mil m².

Entre os prédios da avenida está o Birmann 32, uma construção estimada em R$ 1,2 bilhão. Dos seus 25 andares, existe apenas um disponível para locação, com preço de R$ 235/m². O maior ocupante do imóvel é o Facebook, com quase metade das lajes locáveis. 

“Houve, é claro, um pouco de apreensão se alguns dos contratos podiam não ser concluídos por causa de toda a incerteza quanto à pandemia, mas isso não aconteceu. Fomos muito bem recebidos”, disse Rafael Birmann, o incorporador Birmann 32, em entrevista à Bloomberg.

A taxa de vacância da Faria Lima está em 11.93% contra 25,65% do restante da cidade de São Paulo.  

“Eu sempre fui cético quanto à ameaça do home office ao escritório. Em algumas atividades, a presença física não vai perder a importância e a aceleração da retomada do uso corporativo mostra isso”, declarou Rodrigo Abbud, sócio-fundador da VBI Partners, uma gestora com R$ 5,6 bilhões em ativos sob custódia. “No final, é uma soma zero em termos econômicos. Muitos escritórios ganharam mais espaço em salas de reunião, copas e áreas de descompressão porque adotaram um modelo híbrido, sem a lotação completa todos os dias”, completou.

Entretanto, Bruno Nardo, da RBR Asset Management, gestora de recursos independente focada no mercado imobiliário, chama atenção para o cenário de alta da Selic, diante do aumento da inflação, que pode resultar na retração em investimentos em empreendimentos novos.

“O bom do mercado imobiliário é que ele é extremamente previsível porque um prédio não aparece do dia para a noite. Um projeto leva de três a cinco anos para ser entregue, se não tiver nenhum imprevisto na construção, então o investidor precisa olhar para um horizonte de vários anos à frente quando decide construir”, explica Abbud.