O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) parece repensar a aprovação da aquisição de parte relevante da BRF pela Marfrig. Segundo a Veja, a conselheira da autarquia, Lenise Rodrigues Prado, requisitou à Superintendência Geral informações mais consistentes e análise mais precisa sobre o caso, alegando ter dúvidas se operação não prejudica o consumidor.
Prado também solicitou a observação do impacto em mercados de varejo, atacado e restaurantes. Ela ressalta que não foram analisadas quesitos como a influência do acionista majoritário na BRF, “em especial um acionista que atua no mesmo setor, e que já foi concorrente ainda mais próximo quando atuava com a marca “Seara”.
Mais um fator abordado pela conselheira é a falta de um estudo, por parte da superintendência, acerca da lógica de conglomerado e poder de portfólio que a BRF terá tendo a Marfrig como principal acionista. “A atuação coordenada das requerentes em diversos segmentos tenderia a impactar significativamente a dinâmica concorrencial e ter efeitos tanto para fornecedores como para os consumidores”.
Com isso, Prado pediu que a operação seja melhor analisada, para que só assim o conselho possa tomar uma decisão. Entretanto, a requisição precisa passar ainda pelo crivo do conselho na próxima sessão de julgamento.