Economia só retoma tendência pré-pandemia a partir de 2025, diz FGV

Estudo da fundação considerou dobrará a taxa de crescimento de 2021-2022 a partir de 2023

A economia brasileira só deve retomar os resultados pré-pandêmicos no final de 2025, diz o Boletim Macro da Fundação Getúlio Vargas Ibre (FGV). Porém, para que a recuperação ocorra até o prazo previsto, o país precisará praticamente dobrar a taxa de crescimento do período 2021-2022 a partir de 2023.

Atualmente, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil está no mesmo nível do final de 2019, mas se encontra cerca de 2% abaixo da tendência pré-crise. A diferença ainda vai se ampliar até o final de 2022, devido ao baixo crescimento esperado para o próximo ano, para só então começar a recuar.

O trabalho considera como tendência a continuidade de um crescimento médio trimestral de 0,45% (cerca de 1,8% anuais), o mesmo verificado no período de baixo crescimento após a recessão de 2014-2016.

Devido à pandemia, o país teve um crescimento médio de 0,1% desde o início de 2020, média que deve chegar a 0,2% até o final deste ano. Em 2022, a economia cresceria 0,4% por trimestre, ainda abaixo da tendência anterior, segundo a projeção do Ibre.

A partir de 2023, teria de acelerar para 0,7% em média (quase 3% anuais), para assim fechar a recuperação até 2025. A série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra um desempenho médio de 0,6% de 1996 a 2019.

Também foi calculado qual a distância que o PIB brasileiro está da tendência de crescimento anterior à crise de 2014-2016. A diferença era de 18% no final de 2019 e atualmente está em 22%, patamar que deve se manter sem grandes alterações até 2025.

Isso representa uma diferença de cerca de R$ 1,5 trilhão no PIB do ano, considerando o total de R$ 7,4 trilhões apurados pelo IBGE em 2020.

.Para 2022, a instituição projeta crescimento de 3,4%, zerando as perdas da pandemia, mas ainda cerca de R$ 60 bilhões distante do ano em que foi pago o auxílio emergencial com valor de até R$ 600.

O FGV Ibre estima que o desemprego estará em 12,7% no final de 2022, ainda acima do patamar do final de 2019 (11,6%)