Os dados do IPP (Índice de Preços ao Produtor) divulgados nesta quarta-feira (29) revelaram variação de 1,86% sob a inflação de mercadorias usadas na indústria em agosto frente julho.
De acordo com a pesquisa, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 24 atividades analisadas registraram alta de preços, algo que não ocorria desde agosto do ano passado.
Frente ao resultado, o IPP alcançou 23,55% no acumulado do ano. Na relação de 12 meses o avanço é de 33,08%.
Esse índice refere-se a mudança dos preços de mercadorias sem contabilizar impostos e fretes. No geral, ele serve para medir o valor de produtos utilizados nas linhas de produção.
Ainda segundo o órgão, o principal setor a influenciar o IPP do mês passado foi o de alimentos, com impacto de 0,51%. A alta foi de 2,19% ante julho – a taxa sétima crescente observada ao longo do ano.
Com o dólar em patamares mais elevados, parte dos insumos industriais ficou mais cara durante a pandemia. Já o real desvalorizado impulsiona o preço das commodities, pressionando companhias que dependem de mercadorias importadas.
“A demanda aquecida do comércio internacional e a desvalorização do real frente ao dólar vêm impactando os preços industriais no mercado interno. O movimento dos preços do minério de ferro e do óleo bruto do petróleo, por exemplo, afeta de forma quase direta os setores de químicos, de refino e de metalurgia”, afirmou Manuel Souza Neto, gerente do IPP.
“No setor alimentício, como exportações de commodities, como soja e milho, pressionam para cima os custos das rações para animais e, por consequência, das carnes”, concluiu.