O impacto ambiental causado pela mineração de bitcoin (BTC) é uma situação que vem sendo comentada há anos, no entanto, aparentemente só chegou mais próximo dos mineradores recentemente. As informações são do Money Times.
Segundo o Decrypt, o consumo de energia da mineração cripto é uma das maiores preocupações. Porém, de acordo com pesquisas mais recentes, é necessário também focar em outra situação: o lixo eletrônico (“e-waste”, em inglês) gerado por máquinas de mineração de bitcoin.
O processo de mineração requer equipamentos grandes, caros, com alto consumo de energia e com curto tempo útil. Por isso, quando são descartados, viram lixo eletrônico.
Para Alex de Vries, fundador da Digiconomist, a quantidade anual de lixo eletrônico gerado pelo bitcoin é semelhante à quantidade produzida pelos Países Baixos.
De acordo com o Decrypt, o levantamento do fundador diz que cada transação com a maior criptomoeda do mundo gera 272 gramas de lixo eletrônico, em média. Essa quantia equivale ao lixo eletrônico produzido por dois aparelhos iPhone 12 Mini.
Vries acredita que a solução ideal seria finalizar o uso do protocolo proof-of-work (PoW) e substituí-lo por uma alternativa mais sustentável.
No entanto, mesmo com os apontamentos do fundador do Digiconomist, não há qualquer sinal de que os defensores do bitcoin (ou “bitcoiners”) irão, voluntariamente, mudar o protocolo de consenso usado na rede.
Com isso, segundo de Vries, alternativas externas precisam ser incentivadas, principalmente os legisladores, como a ampliação do conhecimento sobre lixo eletrônico e o reforço e o incentivo a práticas de reciclagem.
Já os defensores do bitcoin têm procurado diminuir o impacto ambiental da criptomoeda, alegando que a mineração da rede funciona à base de energia renovável, algo que levanta controvérsias, ou elaborando um modo para que a pegada de carbono do bitcoin reduza com o tempo.
Ainda segundo o Decrypt, no início da última semana, foi divulgado um relatório intitulado “Bitcoin Net Zero”, elaborado por Nic Carter, bitcoiner e sócio da Castle Island Ventures, e Ross Stevens, fundador da NYDIG.
No “Bitcoin Net Zero”, os autores mostram que haverá um aumento significativo no consumo energético, na próxima década, refletindo em um crescimento do lixo eletrônico do bitcoin.
Entretanto, Carter e Stevens indicaram no documento algumas soluções que poderiam ser tomadas por mineradores cripto para reduzir as emissões de carbono, como a aquisição de planos de compra de carbono (o que é criticado por ambientalistas), a busca por fontes renováveis e a preferência por operações locais de mineração cripto.