Embora o impacto financeiro nos bancos seja de diminuição de lucros, o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode diminuir a demanda de crédito, segundo apontamento de analistas do Goldman Sachs.
Como o IOF é pago diretamente pelo cliente final, ou seja, pelo tomador do empréstimo, a expectativa é de que as instituições financeiras não façam ajustes materiais nos custos de crédito por causa do aumento da alíquota, diz relatório do Goldman Sachs feito por Tito Labarta, Tiago Binsfeld e Beatriz Abreu.
“No entanto, esse aumento temporário deve aumentar marginalmente o custo das operações de crédito, câmbio e negociação de títulos, o que pode prejudicar a demanda por estes serviços financeiros”, afirmaram
O decreto entra em vigor a partir do dia 20 de setembro e tem validade até 31 de dezembro, mas, segundo a gestora da Macro Capital, Priscila Araújo, a medida pode ser estendida e até se tornar permanente caso as pautas econômicas do governo não sejam aprovadas, principalmente a Reforma Tributária.
“Existe o risco do aumento do IOF acabar se transformando em permanente, principalmente se o projeto da Reforma Tributária, que contém a tributação de lucros e dividendos, não for aprovado no Senado”, afirma. Em sua visão, no curto prazo, há a questão do encarecimento do crédito, em um contexto já bastante desafiador para a economia brasileira.