SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nesta sexta-feira (10), terceiro dia de paralisações, caminhoneiros seguem concentrados em três estados, mas sem interromper o trânsito nas vias. Segundo o Ministério de Infraestutura, há manifestantes reunidos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e Rondônia.
“Toda a malha rodoviária federal está aberta para o livre fluxo de veículos de carga. Os últimos pontos de concentração com abordagem a caminhoneiros estão nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia”, informou o ministério, citando informações da Polícia Rodoviária Federal, em boletim divulgado às 12h30 desta sexta.
O número de ocorrências é 70% menor do que o registrado no mesmo período do dia anterior e a tendência é de seguir em queda, de acordo com a pasta.
Os protestos tiveram início um dia após os atos de raiz golpista convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Não há apoio formal de entidades da categoria, e os motoristas mobilizados são alinhados politicamente ao governo ou ligados ao agronegócio. Os caminhoneiros dizem que a manifestação será mantidas até a meia-noite de hoje.
Os caminhoneiros encerraram bloqueios na quinta (9), por volta das 16h, mas 13 estados seguiram com pontos de concentração até o fim da noite.
Na noite de quarta (8), Bolsonaro pediu a aliados que dialoguem com a categoria para liberar as rodovias. Em áudio, o presidente pediu a desmobilização, afirmando que o movimento prejudica a economia.
“Fala para os caminhoneiros aí que [eles] são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade”, diz Bolsonaro.
Em Brasília, caminhoneiros ainda estão acampados e mantêm os veículos estacionados na Esplanada dos Ministérios.
Os caminhões foram usados para romper o bloqueio da polícia e permitir o acesso ao STF e ao Congresso. O bloqueio na altura do Itamaraty, que impede o acesso aos dois prédios, foi o único que não foi derrubado pelos manifestantes bolsonaristas.
Após a resistência inicial, um terço dos caminhões foi retirado da Esplanada até o fim da manhã desta quinta, como constatou o jornal Folha de S.Paulo. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) do DF seguiu negociando a retirada dos veículos que ainda permanecem no local.
O presidente Jair Bolsonaro se encontrou com os caminhoneiros na quinta, que disseram que só destravam vias se pauta anti-STF avançar.