O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), afirmou que vai apresentar nesta segunda-feira (30) requerimento para ouvir o ministro Paulo Guedes (Economia) e os presidentes de Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal sobre a ameaça de deixar a Febraban.
A possível saída dos bancos públicos da entidade que representa os bancos no país tem como causa o apoio a um manifesto articulado por Paulo Skaf, da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O possível desembarque foi antecipado pelo jornal O Globo e confirmado pela Folha.
O texto, que ainda não foi publicado, pede harmonia entre os Poderes e diz que o momento, mais do que nunca, “exige aproximação e cooperação entre Legislativo, Executivo e Judiciário e ações para superar a pandemia e consolidar o crescimento econômico e a geração de empregos”, conforme antecipou o Painel S/A.
O presidente da comissão da Câmara afirmou que deve pautar o requerimento nesta semana para que Guedes e os presidentes de BB, Fausto Ribeiro, e Caixa, Pedro Guimarães, participem de audiência pública nos próximos 15 dias.
“É absurdo a gente viver tanto problema que nem a gente está vivendo no Brasil e perder tempo num debate como esse, colocando duas instituições importantes do país, símbolo de reconhecimento, como a Caixa e o Banco do Brasil, numa confusão dessas”, disse.
“Eles estão politizando tudo no Brasil. Existe um Brasil real e existe um Brasil do Paulo Guedes. O Brasil do Paulo Guedes é diferente do Brasil real. Então está virando uma confusão”, complementou.
Aureo Ribeiro afirmou que a intenção do requerimento é entender o que aconteceu. “Porque não dá para ficar brincando com esse negócio de banco. É um assunto sério. Os bancos são importantes para a economia brasileira. Agora a gente politiza a questão do banco, complica muito.”
Conforme a Folha mostrou, Caixa e BB comunicaram na semana passada a decisão de deixar a Febraban caso a entidade assinasse o documento. Ainda assim, no fim da semana, a federação fez votação sobre o tema, e a maioria aprovou a adesão. Tão logo o documento seja divulgado, Caixa e BB oficializam a saída da entidade.
Guedes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estariam cientes do movimento dos bancos públicos.
Segundo pessoas que acompanham a elaboração do documento, nenhum poder é citado especificamente.