O programa do governo para incentivar as indústrias a reduzirem o consumo de energia elétrica tem um obstáculo: à retomada da economia. As representantes dos setores de vidro, cerâmica, papel e máquinas e equipamentos declaram ao Valor que não poderiam aderir à iniciativa.
As companhias alegam que já estão operando no limite, e o atraso na definição do programa e as incertezas quanto a sua implementação também deixam o cenário desfavorável.
Outro grupo de empresas eletrointensivas demonstraram interesse em participar, mas ainda aguardam a regulamentação do programa, que está prevista para ser divulgada na segunda-feira (30).
O Ministério de Minas e Energia apresentou as regras gerais do programa de redução voluntária do consumo industrial. A proposta exige que as companhias desloquem o consumo para fora do horário de pico, que é quando o sistema corre o risco de não conseguir atender à demanda.
O governo está oferecendo uma compensação financeira referente aos custos decorrentes da mudança no horário de produção.
A fim de estimular a adesão, o governo está considerando as sugestões dos setores. Contudo, existem empresas que mesmo sem ter acesso ao documento já descartam aderir ao programa.