'Qual o problema de a energia ficar um pouco mais cara?’, questiona Guedes

Ministro defende que a economia do país está se estabilizando após a crise sanitária, mas reconhe que "há, sim, nuvens no horizonte"

O ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira (26) realizou o seguinte questionamento: “qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”. Segundo Guedes, o país conseguiu se organizar diante da pandemia do coronavírus e que devido a isso não haveria motivo para “ter medo”. 

“Se ano passado que era um caos, nos organizamos e atravessamos, por que vamos ter medo agora? Qual é o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”, expôs o ministro durante o lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, na Câmara dos Deputados.

O chefe da pasta da Economia falou ainda que a economia do país está se estabilizando após a crise sanitária, porém reconheceu que existem problemas a serem enfrentados ao declarar que “há, sim, nuvens no horizonte”. “Temos a crise hídrica forte pela frente, mas a economia brasileira está furando as ondas”, comentou. 

O preço da energia deve aumentar em consequência da crise hídrica que afeta os reservatórios das usinas. Nesta quarta, o Ministério de Minas e Energia anunciou que irá enviar energia elétrica produzida no Nordeste para compensar a escassez do Sul e do Sudeste.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, falou também nesta quarta-feira que o programa de redução voluntária irá iniciar a partir de 1° de setembro. O programa estabelece as diretrizes para que o setor industrial apresente ofertas de Redução Voluntária de Demanda de Energia Elétrica (RVD). A medida prevê ainda descontos na conta de luz de consumidores que economizarem energia elétrica.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta semana, apontou que o mês de agosto registrou uma alta de 0,89%, maior variação para um mês de agosto desde 2002, quando o índice foi de 1,00% (veja mais aqui). Conforme os dados do IBGE, o grupo de Habitação (1,97%) foi o que mais impactou no resultado do mês passado, a 0,31 p.p., puxado pela alta da energia elétrica, que subiu de 4,79% em julho para 5% em agosto. 

Durante o evento na Câmara, Guedes afirmou que a divulgação de diversos indicadores recentes confirma a recuperação da produção e do consumo. Para ele, a arrecadação recorde em julho e o consumo de energia e combustível mostram que a economia brasileira está crescendo forte, mesmo diante das alegações contrárias.