A maior produtora de soja do Brasil, a Boa Safra, abriu capital recentemente e atraiu a atenção de muitos investidores. A companhia é apenas a terceira empresa goiana a entrar na B3.
A segunda foi a produtora de soja Jalles Machado, na qual chegou poucos meses antes. Esses casos refletem uma mudança sutil no perfil da Bolsa brasileira, que começa a ter mais representantes de fora da região sudeste.
Para a Boa Safra, a meta de fazer uma oferta inicial de ações (IPO) existia desde o desenvolvimento do negócio. “Já iniciei a empresa com o sonho de abrir capital”, diz Marino Colpo, presidente da companhia.
A oferta chegou até antes do planejado. Com o mercado ávido por negócios fora do padrão tradicional da B3, a decisão do IPO foi tomada em 2020, junto com a XP, que coordenou a oferta.
Antes de lançar a operação, a decisão foi de levar gestores de fundos para visitar a fazenda, para ajudar no entendimento da empresa, visto que poucos analistas conhecem o setor.
“Existe essa distância entre a Faria Lima e o agronegócio. Muitos gestores não conheciam o setor, mas percebo que as coisas têm mudado rápido”, diz Colpo.