A fintech Blu, plataforma de antecipação e gestão de recebíveis do pequeno varejo, acaba de levantar R$ 300 milhões com a gestora americana Warburg Pincus.
A transação, caracterizada rodada série B, envolve caixa e uma parte secundária, em que o vendedor é a G2D, holding de investimento em tecnologia da GP Investimentos, que tinha 24% da Blu desde 2019.
Apesar de ter a reputação de reduzir o custo de financiamento para comércio de móveis, colchões e óticas, a companhia possui a atuação principal na intermediação desse varejista com a indústria fornecedora, usando o fluxo de cartão de crédito das vendas como colateral para as condições comerciais.
“Usando os recebíveis como garantia, o risco de inadimplência diminui e ela aumenta prazo. O que normalmente era de 60 dias vai para 180, 200 dias com o colateral”, afirma Rafael Sobral, diretor financeiro da Blu. “É mais barato esse modelo do que antecipar, que resulta num desconto de quase 500% do CDI sobre o valor de face”.
A companhia não abriu o valuation e a fatia da Warburg, mas sabe-se que é minoritária, tendo em vista que os fundadores Bruno Giannini e Luis Marinho mantêm o controle da Blu. Bruno continuará como CEO e Luís será o chairman
O volume de pagamentos intermediado na plataforma da Blu foi de R$ 3,5 bilhões, no ano anterior, crescimento de 71% em relação a 2019. São 15 mil clientes de varejo e 2 mil clientes na indústria. A fintech também já começou a atuar em outras soluções financeiras, com sua própria maquininha na atuação de adquirente e conta digital.
“A Blu é geradora de caixa, não consome muito, e podemos investir esse capital cada vez mais na expansão do time, de novas verticais e novos produtos”, completa Rafael Sobral.