CEO da Mater Dei diz que compra do Grupo Porto Dias foi 'apenas primeiro passo' para novas aquisições

A Rede Mater Dei é a maior rede de hospitais de Minas Gerais e pretende ampliar a sua atuação no mercado de saúde.

Em entrevista exclusiva à BP Money, o presidente da rede de hospitais Mater Dei, Dr. Henrique Salvador, fala sobre a queda dos papéis da companhia na sua estreia na bolsa de valores, os resultados que a empresa deseja demonstrar para atrair novos investidores e muito mais.
 
Com mais de 40 anos de história, a Rede Mater Dei é a maior rede de hospitais de Minas Gerais e pretende ampliar a sua atuação no mercado de saúde.
 
“(…) demos um importante passo para conquistar novos mercados, começando com a construção de um hospital em Salvador”, destaca o presidente da Rede e, por fim, conclui: “Mas, que fique claro, estes são apenas os primeiros passos, pois vamos crescer muito mais”.
 
Confira a entrevista completa:
 
Em abril, a Rede Mater Dei realizou o seu IPO (Oferta Pública Inicial) na Bolsa de Valores oficial do Brasil. No entanto, a empresa estreou na B3 em queda e os seus ativos tiveram mais de 3% de desvalorização. Quais motivos você atribui a queda dos papéis da Rede na sua abertura de capital na Bolsa?
 
É comum no mercado de capitais que haja momentos de maior e menor instabilidade e que o cenário macroeconômico impacte momentaneamente, e, de forma distinta, os diversos papéis da bolsa. No entanto, logo na sequência de nossa abertura de capital, apresentamos os resultados do primeiro trimestre e pudemos mostrar nossa solidez, que foi reforçada com a nossa aquisição do Grupo Porto Dias. Após o anúncio, nossas ações recuperaram essa perda momentânea e hoje (14/07), já acumula uma alta de quase 10% em relação ao preço do nosso IPO. 
 
Para conseguir atrair novos investidores, quais resultados a Rede pretende demonstrar?
 
Para continuar atraindo os investidores, estamos seguindo à risca nossa estratégia de aquisições, com a inauguração do Hospital Mater Dei de Salvador e a abertura de novos leitos operacionais em BH. Os nossos resultados virão naturalmente dessa estratégia de crescimento planejado, sempre conectado às oportunidades de mercado, em uma combinação que sempre nos trouxe excelentes resultados. 
 
Temos total confiança em nosso plano de negócios, bem como em nosso modelo de atuação. Nossa oferta movimentou R$ 1,4 bilhão e os recursos permitirão que sejamos competitivos nessa estratégia de crescimento, tanto por meio de aquisições, quanto por iniciativas greenfields em localizações pré-definidas. 
 
No início de julho anunciamos nossa primeira aquisição. Compramos 70% do capital social do Grupo Porto Dias, proprietário de duas unidades hospitalares (Hospital Porto Dias e Porto Quality) e duas unidades de diagnóstico em Belém (PA), com 592 leitos operacionais previstos para 2022. Para consumar a operação, a Companhia pagará o valor de R$ 800 milhões em caixa e emitirá 27.272.728 ações para acionistas do Grupo, que terão restrições de liquidez (lock-up) específicas acordadas entre as partes. Desde o anúncio, nossas ações já subiram mais de 13%, demonstrando o quão bem esta aquisição foi recebida pelo mercado. 
 
Na sua opinião, quais são os maiores desafios enfrentados hoje no setor de saúde do Brasil? E como a Rede Mater Dei vem atuando para superá-los?
 
O mercado de saúde, apesar dos movimentos de consolidação recentes, ainda é um mercado bastante pulverizado e fragmentado, permitindo diversas oportunidades de expansão. Com a pandemia, apesar das dificuldades enfrentadas, percebemos diversas possibilidades de novos modelos de negócios. Nós, por exemplo, aperfeiçoamos a telemedicina, reavaliamos nossos processos internos e fizemos uma parceria com a SulAmérica para oferecer planos de rede restrita, aumentando nosso mercado endereçável. 
 
A Mater Dei é a maior rede de hospitais de Minas Gerais. Mas como o modelo de negócio da Rede se destaca em comparação a outras companhias do mesmo setor?
 
Nosso maior valor é a diferenciação no atendimento personalizado e humanizado, oferecendo sempre a melhor experiência ao paciente por meio de uma combinação clara de tecnologia para tratamentos adequados e um zelo enorme pela saúde de todos que frequentam nossos hospitais. Temos 41 anos de história e respeito à ciência e levaremos sempre nossa excelência e qualidade para onde quer que a Rede Mater Dei de Saúde vá, com o objetivo de sermos, cada vez mais, uma rede integrada. Nosso foco é sermos relevantes onde quer que estejamos e levarmos valor para a sociedade. Esse é o nosso grande diferencial.
 
Com mais de 40 anos no mercado, quais são as perspectivas de crescimento da Rede Mater Dei para os próximos anos?
 
Depois de 41 anos de história em Minas Gerais, demos um importante passo para conquistar novos mercados, começando com a construção de um hospital em Salvador. Localizado entre as avenidas Vasco da Gama e Garibaldi, o hospital será o maior da rede privada na capital baiana, com área de 61 mil metros quadrados, além do centro médico que tem 10 mil metros quadrados. A edificação possui o conceito “Green Building” (edifício verde em inglês) por trazer técnicas ambientalmente responsáveis e sustentáveis em seus diferentes estágios, desde a concepção até a operação. No total, serão oferecidos 367 leitos. 
 
Como já disse anteriormente, também acabamos de adquirir 70% do capital do Grupo Porto Dias, hospital top-of-mind, referência de qualidade assistencial em Belém e com elevada sinergia cultural com o Mater Dei. Mas, que fique claro, estes são apenas os primeiros passos, pois vamos crescer muito mais.