O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quarta-feira (14) que a adoção das cobranças adicionais nas contas de energia elétrica neste ano antecipou o choque da crise hídrica na economia e evitou uma crise maior em 2022 -ano de eleição-, classificado por ele como “um ano crítico”.
A elevação de custos da energia elétrica está pressionando os índices de inflação deste ano. Nesta quarta, o governo elevou a estimativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2021 de 5,05% para 5,9%. O valor supera o teto da meta a ser perseguida pelo Banco Central em 2021, de 5,25%.
Em live promovida pelo jornal Valor Econômico, Guedes disse que o plano do ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) faz uma redistribuição de energia no tempo para evitar uma situação mais grave. “O ministro Bento preferiu se antecipar e, em vez de deixar chegar o ano que vem, que é um ano crítico, quando aí sim os reservatórios poderiam estar abaixo de 10% e virar uma crise hídrica irrecorrível, aparentemente, o que o ministro nos diz é que usando a bandeira desde já, você faz uma redistribuição da energia de um ano para o outro”, disse.
“Em vez de chegar no ano que vem sem energia, usando recursos de baixo custo neste ano, era melhor acionar a bandeira vermelha ou amarela em alguns ambientes. Você usa um pouco mais de termoelétrica e de energia de combustível mais cara, antecipa um pouco esse choque energético em vez de ter no ano que vem”, afirmou Guedes.
Em junho, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) subiu em 52% o valor da bandeira vermelha nível 2, passando a R$ 9,49 por cada 100 kWh (quilowatts-hora consumidos). Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), a medida representará um aumento médio de 8,12% na conta de luz.
Na semana passada, reunião da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG) confirmou o reajuste das tarifas das bandeiras de energia. Ficou definido que, por meio de uma consulta pública, a agência irá avaliar um novo reajuste para a bandeira vermelha patamar 2.