Estima-se que desde o início da pandemia, cerca de 716.000 empresas brasileiras encerraram seu funcionamento, segundo dados da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da covid-19 nas Empresas, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total de negócios fechados temporária ou definitivamente em 2020, quatro em cada 10, um total de 522.000 firmas, declararam ao IBGE que a situação deveu-se à imprevisibilidade causada pela pandemia.
Por outro lado, o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian informa que houve abertura de 351.714 novos negócios em março de 2021. Um crescimento de 17,9% na comparação com o mesmo período de 2020. De acordo com o índice, o setor do Comércio foi o que mais cresceu (28,4%), impulsionando alta geral. Além deles, a Indústria e o setor de Serviços também marcaram altas.
Já os serviços combinados de escritório e apoio administrativo; comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios; restaurantes e similares; e construção de edifícios, em um levantamento realizado pelo Sebrae Nacional, foram os setores mais procurados para abertura de micro e pequenas empresas, no ano passado.
Considerando o período de incertezas econômicas com o abre fecha de negócios, Ricardo Santos, especialista e CEO da ConsulFis Contabilidade Consultiva, explica que pode contar com meios que tragam segurança ao empreendedor é de suma importância para sobreviver às adversidades.
“Podemos dizer que a imprevisibilidade são fatos ou situações que acontecem, independente da vontade ou controle do gestor, afetando diretamente o negócio e a saúde da empresa. Nesta situação, ter uma gestão financeira não é uma opção do empresário, é preciso entender que um negócio bem gerido precisa tomar decisões, se planejar ou até mesmo decidir a viabilidade do negócio”, destacou.
A falta de uma gestão financeira de um empresa pode gerar algumas complicações. Para Ricardo alguns empreendedores a desprezam e, por este motivo, cometem alguns equívocos, dentre eles está pagar contas da pessoa física na conta da pessoa jurídica. “Esse erro é o mais comum, podemos dizer também que é o mais prejudicial. O empresário acaba misturando as contas, impedindo que o negócio cresça”, analisou.
Outro destaque negativo que o consultor ainda apresenta, é a empresa ser feita de “caixa eletrônico”. “Por falta de uma boa gestão financeira, alguns empreendedores acabam não definindo um pró labore, que é o salário do sócio.
Essa atitude prejudica a prosperidade do negócio no sentido de não permitir uma liquidez na empresa, esgotando os recursos financeiros e a capacidade de investimento do negócio”, alertou.
Ricardo ainda destaca a falência da empresa como principal consequência causada pela falta de uma boa gestão e planejamento financeiro. “Infelizmente um negócio que fecha as portas deixa várias pessoas sem renda, como funcionários, fornecedores, a comunidade. É uma falência em cadeia”, explicou.
A respeito deste período de crise gerado pela pandemia, o especialista ressalta que fomos pegos de surpresa e que praticamente ninguém estava preparado para passar tanto tempo de portas fechadas. Por isso, ele orienta que para este momento, o primeiro passo a ser tomado é procurar outros meios de vendas, além da loja ou espaço físico. “Como forma de se reinventar, é importante que a empresa tenha uma presença na internet, vendendo através do site ou de redes sociais”, orientou.
Como dica para garantir que as incertezas não afetem severamente o financeiro da empresa, o consultor Ricardo Santos ainda define que toda empresa deve ter um planejamento financeiro. “Com as micro e pequenas empresas não pode ser diferente, ressalto que, geralmente esse tipo de empresas necessitam ainda mais de planejamento, visto que neste porte de empresa há geralmente uma escassez de recursos financeiros”, concluiu.