A Magazine Luiza (MGLU3) reportou um dado preocupante no segundo trimestre de 2023. A empresa registrou caixa de R$ 8,1 bilhões no período, o que inclui R$ 5,7 bilhões de recebíveis de cartão de crédito. Portanto, considerando apenas o caixa disponível, que soma o saldo em caixa com as aplicações financeiras, o total é de R$ 2,5 bilhões, segundo estimativa do TradeMap.
O montante é inferior às dívidas de curto prazo da companhia, com vencimento até o fim de 2024, de R$ 2,8 bilhões. É a primeira vez que as dívidas de curto prazo superam o caixa disponível desde o terceiro trimestre de 2016, também de acordo com o TradeMap.
“A geração de caixa continua fraca e, se a empresa não conseguir estender os vencimentos de dívida de curto prazo com os bancos, é provável que precise de uma capitalização”, disse um gestor de ações ao Pipeline, do “Valor Econômico”.
No segundo trimestre, as despesas financeiras do Magalu atingiram R$ 627,7 milhões, alta de 7,6% em um ano, que foram impactadas, segundo a empresa, pela taxa de juros alta, hoje em 13,25%.
Magazine Luiza tem alta de 77% no prejuízo ajustado no 2T23
O Magazine Luiza divulgou nesta segunda-feira (14) seu balanço do segundo trimestre de 2023. A companhia reportou prejuízo ajustado de R$ 198 milhões, alta de 77% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o prejuízo líquido totalizou R$ 301,7 milhões, alta anual de 123%.
Segundo o Magalu, a receita líquida somou R$ 8,57 bilhões entre abril e junho deste ano, praticamente estável (+0,1%) ante faturamento de um ano antes.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 439,8 milhões, queda de 10,6% em comparação com o mesmo trimestre de 2022. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, foi de 5,1%, recuo anual de 0,6 ponto porcentual (p.p.)
O resultado financeiro líquido da Magalu, por sua vez, foi negativo em R$ 532,1 milhões no segundo trimestre de 2023, representando um aumento de 7,7% ante o mesmo intervalo de 2022.