A Vibra Energia (VBBR3), comunicou ao mercado na noite desta segunda-feira (14), os resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23). A companhia reportou um lucro líquido de R$ 133 milhões, uma queda de 81,2% ante o mesmo período do ano passado.
A receita líquida da Vibra Energia, somou R$ 37,36 bilhões entre abril e junho deste ano, o que representa uma queda de 21% frente ao mesmo período do ano passado.
O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia foi de R$ 910 milhões no segundo trimestre deste ano, uma queda de 43,1% em relação ao 2T22. A margem Ebitda (Ebitda sobre receita) ajustada em reais por metro cúbico atingiu 101 entre abril e junho, queda anual de 41,9%.
Conforme apontado pela Vibra, o segundo trimestre se desenrolou em um cenário desafiador, impulsionado pela acentuada entrada de diesel de origem russa, substituindo essa molécula originada no golfo americano, principal origem de produto importado no mercado brasileiro, devido ao forte desconto de preço do produto Russo.
Durante esse período, o volume de diesel importado para o Brasil totalizou aproximadamente 3,5 milhões de metros cúbicos. Nesse cenário, o produto russo ocupou cerca de 55% desse volume, demonstrando sua crescente representatividade no mercado nacional.
“A Vibra optou por não importar o produto ao longo do trimestre, pois focamos em reforçar nosso posicionamento de sourcing na molécula nacional e, com isso, priorizamos nossa rede embandeirada, nossos clientes contratados e operações que melhoram a rentabilidade da companhia. Dessa forma, tivemos uma redução em nossos volumes totais de -3,2% na comparação trimestral, ciclo otto (-4,1%), Coque (-38,6%), óleo combustível (- 4,4%) e diesel (-1,4%), sendo compensado parcialmente pelas vendas de lubrificantes (+3,0%)”, aponta a companhia em relatório.
Por outro lado, na comparação anual, a redução foi de 2,0% nos volumes vendidos, principalmente, pelas menores vendas de Coque (-41,6%), demais produtos (-19,4%), etanol (-11,2%) e diesel (-6,6%) compensado parcialmente pelas maiores vendas de lubrificantes (+5,0%) e de gasolina (+12,0%), responsável pelo crescimento de vendas no ciclo otto (+5,9%).
Outros dados da Vibra Energia
Em relação ao lucro bruto da companhia, houve um aumento de (+11,8%) ou R$ 182 milhões frente ao primeiro trimestre deste ano, em razão de maiores margens médias de comercialização e maiores repasses de CBIOs, dado o seu aumento de preço no período, a redução de volume na comparação com o trimestre anterior compensa parcialmente esse aumento.
Na comparação com o segundo trimestre do ano passado,a companhia apresentou uma redução de 38,6% ou R$ -1,1 bilhão. Essa diferença é explicada pela variação do efeito sobre os inventários entre os períodos, saindo de um ganho de cerca de R$ 730 milhões para uma perda, neste período, de cerca de R$ 450 milhões.
“Ressalta-se, ainda, um incremento em nossas margens médias comerciais também na comparação com o 2T22”, aponta.
As despesas operacionais ajustadas foram de R$ 808 milhões (R$ 90/m³) no 2T23, que sem o efeito do resultado com o Hedge de commodities (R$ 17 milhões), CBIOs (-R$ 390 milhões), Recuperações Tributárias (R$ 120 milhões) e Venda de Imóveis (R$ 58 milhões) totalizaram R$ 613 milhões (R$ 68/m³), representando uma redução de R$ 2 milhões (-4,1%) na comparação com o 1T23.
A dívida líquida da companhia somou R$ 12,197 bilhões no primeiro semestre, valor 8,3% menor ao apurado nos seis primeiros meses de 2022. Já a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, foi de 3,0 vezes no primeiro semestre deste ano, valor maior ante o apurado em igual período do ano anterior, em 2,8 vezes.
“O principal motivo do aumento da alavancagem foi o resultado Ebitda ajustado do período que foi impactado por uma grande perda de estoque no segundo trimestre de 2023 em oposição a um ganho de estoque no segundo trimestre de 2022”, informou a Vibra Energia no release.