A Lojas Renner (LREN3), varejista de moda, enfrentou um ambiente desafiador no segundo trimestre de 2023, com uma demanda desaquecida, atrasos no inverno e uma base de comparação forte, o que deve impactar seus resultados nesse período, de acordo com um relatório da Genial Investimentos.
O balanço da empresa está previsto para ser divulgado na quinta-feira (3), após o fechamento das negociações na B3.
A análise da Genial destaca que a Lojas Renner terá que enfrentar um ambiente competitivo cada vez mais acirrado nos próximos trimestres, à medida que as plataformas de e-commerce estrangeiras ganham força no país, impulsionadas por condições tributárias mais favoráveis.
Apesar disso, a Genial acredita que o varejo pode apresentar sinais mais positivos para a indústria a partir do segundo semestre deste ano, devido à desaceleração da inflação de custos de matérias-primas e uma perspectiva de aumento da demanda.
De forma específica, a Renner também está prevista para se beneficiar gradualmente da conclusão da fase de lançamento de seu novo centro de distribuição em Cabreúva, localizado a 90 quilômetros da cidade de São Paulo, próximo de Jundiaí e Itú.
“Ainda assim, a melhora dos resultados é algo a ser trabalhado ao longo dos próximos trimestres. Os sinais tendem a ser mais positivos, mas a volta de demanda não deve ser imediata e a recomposição de margens deve ser algo gradual”, aponta o relatório.
Assim, os analistas da Genial Investimentos preveem que a Renner enfrentará desafios no curto prazo, com suas margens sendo pressionadas devido a uma menor alavancagem operacional. Diante desse cenário, a casa de análise optou por manter a recomendação neutra (manter) para as ações da empresa, estabelecendo um preço-alvo de R$ 20,50 por ação. Esse valor representa um potencial de valorização de aproximadamente 4,5%, indicando que, apesar das dificuldades atuais, ainda há expectativas de crescimento para a varejista no futuro.
Renner (LREN3) fecha 20 lojas no 1º trimestre de 2023
A Renner (LREN3) fechou 20 lojas de suas marcas no primeiro trimestre de 2023, fez demissões e tem avaliado mais profundamente o desempenho das lojas nesse período ainda sensível para a cadeia. Entre as unidades fechadas, 13 foram da Camicado, quatro da Renner e três da Youcom.
A varejista informou que “retomou de forma mais dinâmica o processo de avaliação da rentabilidade das suas operações” e decidiu fechar algumas unidades, principalmente aquelas que poderiam ser absorvidas pelo parque de lojas, resultando em maior eficiência, com aumento de venda por metro quadrado e redução de custos”, relatou em material de resultados. As informações são do “Valor Econômico”.
“Quando você faz esses ajustes de estrutura, você tem custos altos pontuais e na sequência há melhora estrutural [de resultados]”, disse Fabio Faccio, CEO do grupo, durante o encontro “Investor Day”.
Ainda, especificamente no segmento de casa e decoração, houve efeito da queda mais acentuada da demanda passada a pandemia. “Fizemos um movimento mais relevante na Camicado, sempre fazemos ajustes, mas agora mais relevante, mantendo a absorção da venda [da loja fechada] em uma loja próxima. Vimos após a pandemia queda [na venda] e esperamos para ver se retomaria, e então decidimos agora que era preciso rever”, afirmou. “O fluxo nessas lojas não voltou e não tinha cara de que voltaria”, disse Daniel dos Santos, diretor financeiro.
A rede não relatou número de demitidos, mas disse que parte foi realocada e parte deixou a empresa. No ano, a companhia tem prevista a inauguração de cerca de 15 a 20 lojas Renner, sendo 75% em novas praças, 10 a 15 Youcom e cinco Ashua.