O BTG Pactual (BPAC11) recomendou, nesta sexta-feira (18), a compra das ações da XP (XPBR31). Esta é a primeira vez que a companhia de Guilherme Benchimol recebe a indicação desde o IPO da companhia em 2019. As informações são do Brazil Journal.
Para o analista Eduardo Rosman, o melhor momento operacional e o selloff recente, com a ação caindo 13% este mês, criaram “um bom ponto de entrada.” “Ainda que a gente continue com preocupações de médio prazo, a comunicação melhorou e acreditamos que eles estão cientes dos desafios pela frente,” escreveu o analista.
Rosman elevou suas estimativas para a XP pela terceira vez desde maio, dessa vez incluindo no modelo os números do segundo tri, que vieram acima do consenso. “Depois de um 2022 difícil, o management humildemente admitiu seus erros e a XP executou grandes cortes de custos.” Rosman vê o papel negociando a 12x o lucro estimado para o ano que vem, um múltiplo que ele considera atrativo.
O papel fechou a sessão de quinta (17) a US$ 23,63 (R$ 118 no BDR) e projeta o preço-alvo a US$ 32. Apesar da recomendação de ‘compra’, o BTG diz ter preocupações de médio prazo que, se não endereçadas, podem se tornar problemas estruturais para a XP. Uma dessas preocupações é o potencial de crescimento da empresa em investimentos.
“A XP já tem um market share de 20% no segmento de alta renda, mas tem um share pequeno no ‘high net worth’ e na baixa renda,” diz o relatório. “Com a recuperação do mercado, a pressão nos agentes autônomos (com M&As ou competição pelos rebates) deve voltar. Também temos dúvidas sobre a estratégia de crescimento da XP para além dos investimentos.”
Ele questiona, por exemplo, para onde o banco XP está indo, e quais os planos da empresa para o business de crédito. Apesar dessas dúvidas, Rosman disse que ficou mais otimista com o case por conta da retomada do mercado de capitais, que deve turbinar as receitas nos próximos trimestres, e a perspectiva de queda dos juros, que deve fazer muitos investidores migrarem de volta para os produtos da XP.
O BTG elevou a projeção de lucro por ação da XP para 2023, 2024 e 2025 em 5%, 7% e 5%, respectivamente. Agora, o banco projeta um lucro líquido de R$ 4,25 bi este ano, R$ 5,2 bi ano que vem e R$ 5,7 bi em 2025, com o ROE na casa de 23%.
XP alcança 1 milhão de cartões ativos
A XP alcançou a marca de um milhão de cartões ativos dois anos após seu lançamento, com as plataformas XP e Rico. Segundo a corretora, nesse período foram devolvidos aos clientes mais de R$ 200 milhões em forma de investimento, por meio da estratégia do Investback.
“Bater a marca de 1 milhão de cartões ativos é motivo de muito orgulho para nós. Temos os clientes mais exigentes do mercado e prezamos por manter a entrega de qualidade”, afirmou Ciro Moreira, Head de Cartões da XP.